2ª Aula do Philip Montini

O dia estava muito belo. Pássaros e borboletas voavam pelo jardim da mansão, o sol adentrava pelas grandes janelas de todos os cômodos, iluminando cada cantinho de nossa residência; e eu... bem, eu estava indo ter uma eletrizante aula. Ao contrario de minha primeira aula, que tinha acontecido nos belos jardins, perto da natureza; aquela aula estava marcada para uma das salas da mansão.

Enquanto eu andava pelos corredores, me desviando de um mutante ou outro, que se apressava para se arrumar ou ir para alguma atividade. Eu pensava sobre o que aquela aula teria como tema, e torcia para que ela realmente pudesse me ajudar a controlar meus poderes. Como se não bastasse a vergonha que eu tinha passado, no ultimo treinamento, ao “apagar” as maquinas com o meu poder, de maneira inconsciente; naquela manhã tinha acontecido novamente. Durante o café da manhã, enquanto eu comia meu cereal matinal e os meus colegas de equipe assistiam televisão; eu acabei me distraindo e me assustando quando um jornal local, anunciou um incêndio. Como resposta para aquele susto, já que eu odiava incêndios pela minha historia de vida; acabei sem querer desligando a televisão, a cafeteira e todos os demais objetos elétricos que estavam por perto.

Vestido com um conjunto de sapatênis cinzas, uma blusa de manga curta do time de beisebol de Nova Iorque, uma bermuda também cinza e carregando uma mochila preta nas costas; não demorei muito para conseguir encontrar a saleta de aula. Quando cruzei a soleira da porta de entrada, um bom número de alunos já estava em suas carteiras, esperando o restante da classe chegar; assim como o Professor Xavier que ainda não tinha aparecido para nossa aula. Sem muita pressa, resolvi sentar ao lado de uma garota de cabelos roxos e aparência simpática; não que eu estivesse pensando em conversar com alguém.

Colocando uma de minhas mãos dentro de minha mochila, peguei caneta, lápis, borracha e meu caderno que tinha a imagem do Thor (eu adorava aquele herói). Vendo diante de mim uma imensa janela, que possuía vista para um dos lados dos jardins; reparei que um grupo de mutantes estava treinando técnicas marciais de luta, e estava feliz pelo menos momentaneamente por estar dentro daquela sala de aula. Sem prestar muito mais atenção no que acontecia ao meu redor, comecei a desenhar em meu caderno; com o intuito de passar o tempo.

Pouco antes que eu pudesse terminar meu “magnífico” desenho de um dos meus cômodos preferidos da mansão, a fonte principal do jardim de entrada; ao que parecia todos já estavam terminando de chegar (segundo o Charles Xavier, desenhar imagens conhecidas ajuda a treinar minha concentração, e ao mesmo tempo ativar meu cérebro). Em sua cadeira de rodas, o professor deslizava por entre as carteiras da sala, indo diretamente para a lousa. Em um sonoro “Bom dia”, ele despertou toda a classe, que passava agora a prestar atenção no que ele dizia. Nossa aula seria sobre os efeitos físicos de mudança de temperatura, e conceitos básicos que por ventura poderiam nos ajudar futuramente. Sem muita enrolação, o professor começou sua aula, explicando alguns conceitos básicos.

Como sempre, alguns alunos chegaram atrasados, interrompendo nossa aula, fosse por chamar uma atenção desnecessária, ou fazer muito barulho até se sentar. Tudo o que Xavier escrevia no quadro, eu anotava em meu caderno; tentando assimilar o máximo de informações possíveis. De fato, poucas eram as coisas que eu já não sabia; apenas no ultimo ano de minha escola não consegui concluir corretamente, por um acidente de percurso que acabou matando minha namorada (acidente mais conhecido como “eu”).

Alguns alunos pareciam aproveitar a distração do professor escrevendo, para se divertir um pouquinho. Enquanto ele fazia sua explicação e anotava os conceitos de “Capacidade térmica”; um dos garotos que estava sentado a algumas carteiras a minha frente, fez surgir uma pequena bola de fogo em sua mão, a aproximando de um garoto que era conhecido por ter poderes sobre o gelo. Ao que parecia, uma possível briga poderia ter começado, se não fosse o professor fazer menção de virar sua cadeira para nossa frente, de modo que ambos os alunos pararam de se estranhar.

Não demorou muito mais para que toda a explicação fosse dada. Vendo um questionário no quadro, escrevi em meu caderno com minha “belíssima” letra. Comecei fazendo um cabeçalho com meu nome, depois escrevi centralizado “Questionário sobre física dos poderes”; e comecei a responder. Eu estava excitado por ter um desafio ao qual conseguiria resolver, me sentindo um pouco mais confortável, por estar sobre a minha esfera de conhecimento.

Questionário respondido:

Não demorou muito para que eu terminasse de responder todas as perguntas, sendo que as lembranças de minhas aulas de termodinâmicas, quando eu ainda frequentava as aulas em minha antiga escola; vieram muito a ajudar. Logo após me certificar que todas as questões estavam respondidas corretamente, eu simplesmente me levantei, não sendo o primeiro mas também não sendo um dos últimos a terminar; coloquei a folha de caderno sobre a mesa de Xavier, contemplei por um instante o belo dia que se fazia do lado de fora daquela sala; e sem me delongar sai, talvez eu merecesse um pequeno passeio.