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Apartamento na Barra Funda - SP

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Apartamento na Barra Funda - SP Empty Apartamento na Barra Funda - SP

Mensagem por Excelsior Qua Jan 02, 2019 6:16 pm

Apartamento na Barra Funda - SP Noticia-5Motivos-morar-BarraFunda

Barra Funda é um bairro situado na região oeste do município de São Paulo pertencente ao distrito da Barra Funda.
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Apartamento na Barra Funda - SP Empty Re: Apartamento na Barra Funda - SP

Mensagem por Cleide da Silva Qui Jan 03, 2019 7:00 am




É certo que haverá coisas que fujam da sua alçada
Quem vai, vai. Quem não vai fica





Havia chegado no horário de costume no prédio, cumprimentei aquele porteiro bonito que ficava me olhando como um presunto, mas graças aquela Dona Álvara, até no banheiro dele haviam câmeras. As visitas ao Matagal não podiam ser com Dona Copélia pra ela não me tirar o foco então acabava ficando sozinha. Quase todo dia subia o elevador pensando em novos jeitos de ficar com ele sem a maldita da síndica atrapalhar, mas a viagem era curta e logo estava no bloco dos meus patrões.

Hoje era um excelente dia porque era na casa da minha patroa organizada e maravilhosa, Dona Celinha, entrei no apartamento até com o sorriso no rosto. Senti um golpe e então minha visão apagou, meu corpo bateu em algo e então mais nada. Acordei no sofá com aqueles olhos assustadores de Tatalo perguntando se estava viva. Afastei ele gritando e me levantei dando a volta no sofá perguntando o que era aquilo. A intenção era de quebrar aquele pescoço, mas o disfarce não poderia ser desfeito e aquele personagem já era mais meu do que o meu próprio passado.

Pelo menos até que me retirem dali e esses pensamentos ficaram em segundo plano quando Dona Celinha apareceu preocupada do corredor e foi me acalmar perguntando o que tinha acontecido. Abracei ela fazendo cara de choro e resmungando baixo o barulho enquanto ela dava bronca em Tatalo por me assustar. Dona Copélia apareceu em um hobby com plumas e pediu desculpas que a culpa era dela, ela trouxe um empresário para lá fazer uma apresentação da cidade pra ele e foi surpreendida com o filho que viera junto. Eles haviam chegado de noite e agora cedo ela pediu pra Tatalo distraí-lo então o pai terminar de apresentar, ou melhor, que ela terminasse de lhe mostrar as intimidades da cidade. Vulgo, dela mesma.

Celinha tampou meus ouvidos e com o cara saindo do interior da casa, o garotinho viera junto e logo os não-moradores do apartamento foram embora também. Não dera um minuto de porta fechada quando um grito percorreu o ambiente do apartamento todo. Copélia abriu e repetiu o grito, ouvi o barulho de mais pessoas vindo de dentro do apartamento e enquanto seguia Celinha para a porta pude ver Adônis e Seu Mario Jorge perguntando o que tinha acontecido. Arregalei os olhos com os dois se desfazendo em pó, gritei de susto e sem saber o que faria, se é que podia ajudar de alguma forma.

Celinha e Copélia viraram e trocamos de visão, do outro lado do corredor o apartamento estava aberto com apenas a cabeça de Tatalo terminando de sumir e Isadora assustada ao fundo. Ouvi Dona Celinha chamar meu nome e então olhei pra baixo percebendo aquele pó aparecendo nos meus pés. Suspirei e sorri me abaixando batendo nos sapatos percebendo que a sujeira do ônibus, porque tem sempre um maluco que fica fumando no ponto e eu só limpava quando chegava em casa pra evitar ficar limpando no caminho. Não tinha percebido que as cinzas das pessoas pareciam de cigarro e retirei os sapatos comentando: - Liga não Dona Celinha, é que tem sempre sujeira no caminho pra cá e eu só limpo quando chego daí.

- Ah, que bom Bozena, não sei o que eu faria sem você. - Recebi um abraço dela enquanto ouvia Dona Copélia perguntar pra Isadora se tinha mais alguém lá, mas ela negou dizendo que todos viraram pó. Então ela veio pro nosso apartamento e passando uns minutos, Celinha pro sofá, eu pus o café pra fazer e tratei de limpar o pó do Seu Mario Jorge e Adônis. Me deixava estático em estar sob disfarce no meio daquela situação. Na televisão, Isadora e Celinha assistiam as notícias dizendo que aquilo estava ocorrendo pelo mundo, pessoas virando pó e ninguém sabia o motivo, ou como se proteger daquilo. Agradeci por estar na casa de Celinha, porque na casa de Rita ia ficar todo mundo na bagunça e sem comida, ou café.

Em uma pequena distração olhava para aqueles sapatos imundos de cigarro e me sentia aliviado do sufoco de não ter virado pó. Poderia ter sido escolhido pra morrer e graças ao susto Dona Celinha se enganou, nem quero imaginar se essa situação era a qual eu estava ali e de alguma forma não poderia fazer o serviço. Depois de tanto sufoco, falta de sexo, aquelas tentações de Dona Copélia, passar por tudo e não poder realmente cumprir meu dever seria uma grande decepção pessoal. Nem quero cogitar que a onda do pó tenha ainda uma segunda leva de alguma forma, pois seria por meu corpo pra jogo e ter ficado anos ali a toa já que no fim não valeria de nada como ajuda.

Dona Copélia voltou chorando do seu quarto e comentou que todos os seus “amigos íntimos” não respondiam a chamada, como se o telefone fosse inexistente e que ela não era esquecível para eles apagarem o número. Somando as coisas ela parecia estar certa, todos eles sumiram e com mais esse drama, avisei logo do café sob a mesa e tomei um pouco na bancada esperando que tivesse notícias melhores na tv. Me sentia até desconfortável de falar de Pato Branco e as cinzas com a família delas em pó como se tivessem sido cremados. Só esperava que Dona Álvara não aparecesse porquê de todos ela não ter sumido era demais.





Muito pó ••• Quase pó ••• Tomando café
ψ

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