Estação de Metrô em Nova York

quela manhã era como qualquer outra, Horace acordou em um apartamento alugado em um bairro pobre de Nova York, o que carregava com ele era uma mala preta e uma mochila de costas, na mochila suas roupas, que eram em tons pasteis, verde e algumas brancas, ele não era um garoto com um estilo muito chamativo, seu notebook preto e uma unidade de armazenamento com uma coleção de musicas e sons que o garoto achava interessante. Na mala preta de alça tinha três compartimentos, um deles guardava seu violino, no segundo uma flauta transversal de metal ao lado de uma caixa de som. No ultimo compartimento 3 Launchpads, junto com eles um gravador de áudio que também é um pendrive.

Horace pegou seu violino e seu gravador de voz, fechou as malas, vestindo uma calça de cinza, camisa verde abacate e um casaco marrom por cima, calçando tênis marrom, o jovem saiu do apartamento trancando a porta e mais uma vez foi andar pela cidade sem rumo.

A estação de metrô ficava perto do apartamento onde morava, o que deixava o lugar bem barulhento, Horace estava longe do centro então raramente alguma coisa estranha acontecia por ali, o jovem muda de cidade em cidade, nunca tem um objetivo, apenas sente que precisa estar em um lugar e com esse pensamento apenas, desaparece. Recentemente esteve na India e antes disso no Japão, onde conseguiu comprar seu Launchpad. O metrô estava um pouco vazio, quando subiu havia cerca de 10 no mesmo espaço, para uma cidade como aquela era difícil encontrar o metrô tão livre.

Os rostos das pessoas pareciam um pouco cansados, alguns inquietos, dava para perceber que ninguém ali estava afim de uma conversa, Horace é um garoto com um pensamento simples, espalhar o bom humor era quase sua religião.
Levantando com um sorriso no rosto ele começou a tocar em seu violino, Horace sempre fecha seus olhos quando toca por prazer, sentindo a musica vibrar e passar dele para as outras pessoas, era um composição que espalhava energia e felicidade.

A musica chegava ao fim, assim como o metrô chegava a estação, ao abrir das portas automáticas, Horace olha ao seu redor e encontra o vagão vazio, ao sair ele é deixado para trás enquanto os vagões passam, muitos deles sem ninguém.
Horace fecha seus olhos e começa a sentir, os espíritos estão perdidos, tristes, mas principalmente, haviam poucos deles ali. Pegando seu violino novamente, uma unica nota saiu, arrastada e vibrante, a nova melodia era triste.

Do ar algumas borboletas de cor verde neon, apareciam e rodeavam o garoto, espíritos menores do vento, na brisa que eles emitiam Horace pode entender o que sentiam, não foram apenas pessoas que desapareceram, espíritos, animais, desapareciam, diferente de morrer sua existência foi apagada, saudade, tristeza tomaram conta da melodia que tocava com cada vez mais dor.

Subindo do solo, pequenas folhas com um par de penas e braços saltavam de dentro das rachaduras, pequenas esferas de luz, como vaga-lumes, se aproximavam para ouvir a musica, cada um sentia uma coisa diferente, até que uma pequena luz azul se aproximou, sua cor era pálida, um espirito menor da neve, sua aparência era um floco de neve, mas ele carregava raiva.
Outros espíritos sentiam e compartilhavam dessa raiva, a musica intensifica, os espíritos com varias cores começaram a girar ao redor do garoto, que já não tinha controle sobre suas mãos, respondendo ao sentimento dos espíritos tocando ferozmente enquanto o vento formava um pequeno tornado ao seu redor, as borboletas tomavam a forma de penas de cor cinza, as folhas agora eram pequenos galhos afiados carregados pelo vento, as esferas de luz eram areia girando em alta velocidade, vários flocos de neve deixavam o ar frio, era um caos nos elementos, eles queriam vingança.

Horace estava tocando enquanto olhava o caos ao seu redor, ele bruscamente parou a melodia tomando novamente o controle do seu corpo. Ao faze-lo o ar se espalhou cortando as paredes deixando marcas que pareciam garras, algumas partes tinham vestigios de congelamento. Faltou um pouco de ar por um momento, o jovem abraçou seu violino quando finalmente tinha percebido a destruição que causou, mas além disso apertou seu instrumento com medo, pois não sabia o que o aguardava lá fora.

o sair, o jovem deparou com a cena mais terrível que já havia presenciado. Caos, em sua forma mais objetiva. Pessoas gritando, acidentes por todos os lados, tudo parecia ter saído de controle. O cheiro da fumaça no ar de pequenos incêndios, o vento estava perturbado, as pessoas estavam correndo, Horace não entendia como tudo aquilo começou.

Paralisado por um momento, o jovem tentava pensar no que fazer a seguir, deveria voltar para casa, pegar suas coisas e talvez se dirigir a um hospital, provavelmente haveriam muitos feridos, com suas habilidades poderia ajudar até certo ponto.

Houve um barulho no alto, um guindaste com vigas de aço chocou-se com um prédio, aquele era um momento em que havia apenas segundos para agir, havia algumas pessoas logo abaixo do prédio, não havia tempo de tocar uma musica, Horace precisava de algo direto e eficaz para salva-los.

Respirando fundo ele juntou os lábios e pôde sentir o som alto e claro de seu assobio, apenas três notas ecoavam enquanto o garoto soltava seu fôlego com todas as forças.

As ondas sonoras saindo de seus lábios causavam dores na cabeça do garoto, por isso ele evitava usar magia de forma tão direta, mas conforme as ondas se propagavam ele conseguia ver, penas de cor branca e algumas de tom verde surfavam pela brisa que ia em direção aos civis. Espíritos do vento e da música, levaram os ventos em uma boa velocidade, não chegava a machucar, mas a pancada de vento deveria atirar eles alguns metros para depois das vigas.

Quando seu fôlego acabou, havia uma persistente dor de cabeça sobre sua sobrancelha direita, mas não havia muito o que fazer sobre isso além de esperar passar.

Ação: