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Mensagem por Richie Huginn Ter maio 27, 2014 10:29 pm





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Graduation,




 Após os recentes acontecimentos, as dores de cabeça, as vozes que insistiam em me perturbar, me obrigando a passar noites em claro e não esqueçamos dos sangramentos - que vinham piorando -, decidi começar a agir. Eu passara a manhã inteira na grande biblioteca central de Asgard, juntando toda informação que conseguia encontrar, referente a feitiços e maldições para perda de memória e como combate-los. Eu só levantava para buscar mais livros, ou café, que era basicamente a única coisa que me mantinha de pé até agora, tirando a dor de cabeça, é claro.

 Infelizmente não havia muito material sobre isto em lugar algum, nem mesmo na área restrita, onde eu também dei uma olhada. Ao que parece, os Asgardianos em geral têm pouco conhecimento sobre coisas que podem afetar a psique dos adversários, sendo magias voltadas a ilusões uma exceção. Não havia nada sobre as vozes que me atormentavam ou sobre feitiços capazes de fazer alguém esquecer de sua vida toda. Suspirei pesadamente, afastando o cabelo dos olhos. Eu estava com olheiras, a barba por fazer. Havia passado a noite toda acordado, pensando no que acontecera na aula de ontem e lendo, como já estava se tornando de costume.

 Abalado pelo fracasso, mas não menos determinado a seguir com a pesquisa, percebi estar em cima da hora para a última aula de Defesa Mágica. Fechei os livros e comecei a recolher todas as notas que eu havia feito, as quais estavam espalhadas por toda parte, entre os livros, em cima das cadeiras, por toda extensão das duas mesas gigantescas de mogno que eu ocupava. Juntei todas em um grande maço de pergaminhos e guardei na minha mochila, junto com outros livros pessoais, alguns de feitiços, outros mais teóricos, os quais eu estava revisando, tanto para passar o tempo quanto para me preparar para o exame final.

 Acenei para a velha bibliotecária, que demorou a perceber que eu estava saindo, pois sua visão já não era tão boa quanto um dia fora, seus óculos garrafais, em formato elíptico chamavam atenção, ainda mais quando ela ajustava-os com o indicador, para focar melhor a visão. Ela balbuciou algo como “Até mais querido” e eu forcei um sorriso, mesmo não estando nem um pouco afim de fazê-lo.

 Ela voltou a folhar algo que parecia ser uma revista, umedecendo a ponta dos dedos para virar a folha, manchando-a com seu batom vermelho escuro. Eu não podia deixar de simpatizar com ela. Praticamente todos conhecem Edna, já que ela tem estado neste cargo há o que parecem mil anos e não há relatos de ela algum dia ter sido jovem, para a surpresa de muitos. Abri as gigantescas portas da biblioteca, que rangeram ruidosamente ao fazê-lo. Edna franziu o cenho, levantando o olhar para mim, em reprovação. “Silêncio, docinho”, ela disse. Sua voz calma mas poderosa, soando extremamente cordial, ao tempo que sua autoridade estava claramente explícita, mesmo que este não fosse o objetivo dela.

 Me apressei em direção ao castelo de Kelda, cortando caminho pelos becos da cidade, a sombra das velhas construções pairando sobre mim. Cheguei ao castelo já ofegante, parando para recuperar as forças. Nem havia parado para prestar atenção no clima, que estava ameno, nem quente, nem absurdamente frio. Apenas uma brisa leve que chiava de tempos em tempos e o céu preenchido com algumas nuvens brancas, um tanto acinzentadas.

 Respirei fundo e comecei a maldita subida, cada passo um verdadeiro sacrifício. Quando cheguei ao salão, me surpreendi com a quantidade de alunos. Faltava pouco para começar a aula e havia apenas uma dúzia e meia de nós, quando ainda ontem a sala estava cheia de feiticeiros entusiasmados com os ensinamentos de Kelda, extremamente animados para a última aula.

 Ouvi algumas pessoas comentando que havia um processo eliminatório, entre a primeira e a segunda aula e a terceira e quarta, no qual diversos alunos eram descartados e ficavam para a última aula apenas aqueles com o potencial necessário para seguir em frente. Aquilo foi uma surpresa enorme para mim. Em nenhum momento pensei estar competindo com alguém. Sabia que estava sendo avaliado, mas não que tudo isso era um grande processo seletivo.

 Kelda surgiu, em meio ao grupo, com roupas de combate asgardianas mas nenhuma arma, apenas um colar ornamentado púrpura em seu pescoço. Ela não perdeu tempo, começando seu discurso em seguida, parabenizando todos que chegaram até ali, emendando o discurso à sua primeira lição. Pela primeira vez ela perguntou por dúvidas. Ninguém ousou responder, é claro, todos tinham chego longe demais para estragar tudo com uma pergunta besta.

 Novamente, ela nos surpreendeu com perguntas, que deveriam ser respondidas oralmente. Quem nós éramos? Nossa história, o que havia de interessante no nosso passado. Adoraria responder, se eu tivesse alguma ideia de qualquer uma destas coisas. Ao menos eu tinha um nome e habilidades para responder. Cerrei meus punhos e rangi os dentes, meus péssimos hábitos. Cada aluno que se apresentava, era um a menos na fila, e eu ficava um passo mais próximo de me apresentar. O nervosismo só aumentava, tanto que eu nem ao menos conseguia prestar atenção nas outras apresentações.

 A Grã Feiticeira olhava para mim, levantando uma sobrancelha quando não respondi de imediato. Engoli em seco, suando frio, algo parecia preso na minha garganta.  

- Meu nome é Richard Nightraven. Fiz uma pausa, rezando para que fosse o suficiente, mas todos continuavam olhando para mim, prestando atenção em cada movimento que eu fazia. Meus lábios se afastaram, hesitantes, preparando-me para falar algo. - Eu, bem, não sei nada sobre o meu passado. Pelo que me disseram, sofri um acidente recentemente e minhas memórias se foram, não se sabe por quanto tempo. Se há algo de interessante na minha vida passada, tentarei descobrir, mas por enquanto, ficarei devendo.

 Esbocei um sorriso, numa tentativa falha de brincar com a situação. Olhei ao redor, as pessoas pareciam satisfeitas com a resposta, que prendera a sua atenção, infelizmente. Kelda olhava para mim como se dissesse “Vá em frente” e foi o que fiz. Limpei a garganta e melhorei a postura, aumentando o tom de voz.

- Me interesso por magia pois esta pode ser a chave para que eu aprenda mais sobre o meu passado, assim como é a chave para o meu futuro. Para mim, a magia é a força que nos permite conquistar aquilo que queremos, mas o desejo precisa partir de nós, do nosso interior, para que ela seja forte o suficiente para fazê-lo.

Fiz uma pausa, ponderando quanto ao que dizer quanto aos meus poderes, que permaneciam confusos para mim.

- Assim como meu passado, meus poderes permanecem um mistério. No entanto, eu já demonstrei aptidão para ilusões e manipulação de energia mística. - Sorri, aliviado pois Kelda parecia satisfeita com a resposta. Alguns olhares ainda permaneciam fixos em mim, cheios de indagações, tentando resolver o quebra cabeça que sou, mas a feiticeira já havia seguido em frente, para o próximo aluno.

 Finalmente as apresentações chegaram ao fim. Suspirei aliviado, um peso invisível deixando meus ombros. Kelda permanecia no centro do círculo, imóvel, esperando silêncio para continuar com a aula. Logo anunciou o que deveríamos fazer a seguir. Aparentemente, ela usaria um encantamento para criar cópias de si mesma, com as quais teríamos de lutar, sem utilizar magia. O teste claramente era focado na defesa, já que é bem improvável que o objetivo seja derrotar os clones, já que esta magia é realmente bem poderosa.

 Abri minha mochila e retirei de dentro dela o único pertence que remetia ao meu passado. Era um cajado retrátil, que neste caso mais parecia uma varinha, até que eu segurei-o forte e em um amplo movimento com o braço direito, o qual descreveu um semicírculo pelo ar, fiz com que ele expandisse, chegando ao seu tamanho original. Era uma arma muito bem trabalhada. Seu núcleo mágico era muito poderoso, mas o que deva destaque a ele eram os detalhes. Penas negras de um metal desconhecido adornavam o objeto. Através da concentração de magia, aquelas penas mutavam-se, formando um escudo, ou tornando-se adagas de arremesso. Na ponta de baixo do cajado havia um compartimento com uma lâmina retrátil, o que tornava o cajado todo uma lança em potencial.

  A feiticeira dividiu a turma em diversos mini campos de batalha pelo salão, cada um enfrentando uma das cópias dela. Encarei a dita cópia, que mais parecia um clone de carne e osso de Kelda. Ela me olhava de forma ameaçadora, como se fosse me atacar a qualquer momento, mas eu tinha quase certeza de que ela não o faria.

 Quase pude sentir a mão de Kelda cortar o ar quando ela deu o sinal de que as cópias podiam nos atacar. Pensei que, já que não poderíamos usar magia, elas também não usariam. É, eu não podia estar mais errado. Nem tive tempo de preparar uma defesa e a cópia espertinha já havia lançado uma rajada de ar contra mim, com um simples movimento do seu braço. Eu voei longe, rolando pelo piso e parando próximo à proteção da sacada do salão, um dos joelhos no chão e o outro dobrado, em posição de defesa. Me levantei o mais rápido que pude, usando o cajado como apoio. Ela estalava o pescoço e girava os ombros, como quem está apenas se aquecendo.

 Girei o cabo do cajado, acionando o escudo de penas, retraindo o cabo e fazendo com que em vez de um cajado, o objeto parecesse realmente um grande escudo circular, como um broquel, exceto que este era preto e com textura de penas, o desenho de um corvo no centro. Corri na direção dela, utilizando o meu peso e a velocidade com que me impulsionei no ar, para causar um impacto maior ao acertá-la.

 A cópia nem se deu ao trabalho de desviar. De forma pretenciosa ela criou um escudo mágico à sua frente, fingindo um bocejo. O que ela não esperava é que o impacto do escudo seria maior do que o normal, fazendo com que o escudo mágico dela estilhaçasse. Antes que eu pudesse atingi-la no impacto, ela recuou utilizando o que pareceu uma magia de vento, já que seus pés mal tocavam o chão enquanto seu corpo deslizava para longe, pousando com maestria alguns metros à frente. Os estilhaços do escudo explodiram e milhares de partículas ainda menores, brilhando e caindo no chão como pó mágico.

 Tanto Kelda quanto seu clone pareceram surpresas com o que acabara de acontecer, esboçando uma expressão bizarra de incredulidade misturada a outra coisa que não consegui identificar. Voltei minha atenção à batalha, segurando firme o escudo. Com outro movimento, as penas do broquel inclinaram-se, fazendo com que toda a sua frente ficasse pontiaguda, como chapisco. Novamente avancei contra o clone, que dessa vez não estava tão calmo. Ela lançou diversas bolas de fogo na minha direção, que batiam no escudo e se dissipavam.

 Elas pareciam estar ambas impressionadas pelo fato de eu estar utilizando um escudo de forma ofensiva, mas isso não abalava a confiança da cópia, que agora lançava projéteis de plasma contra mim, que eram repelidos com dificuldade, se eu ao menos pudesse utilizar magia...

 Quando cheguei perto o suficiente para ataca-la, utilizei meu ás na manga, que estive aguardando para botar em ação desde o começo da luta. Ela pensava que minha arma era de curto alcance, em momento algum imaginou que àquela distância eu pudesse fazer algo contra ela. Foi então que, com outro movimento da minha mão sobre o suporte do escudo, as penas retraíram-se, mudando de posição novamente, voltando para a forma original do cajado, só que dessa vez, eu ativara a lâmina da ponta dele, criando uma lança.

  Tudo aconteceu rápido demais para que ela pudesse invocar um escudo, utilizar magia para fugir ou sequer me afastar. Com movimentos rápidos da lança, eu tentava acertá-la. A cópia fazia o que podia para desviar dos golpes da lança, que girava a todo instante, cortando o ar com a força e a velocidade empregada nos movimentos.

 Eu não sabia de onde diabos aprendera todos aqueles ataques, era como se meu corpo já soubesse desferi-los, como se o cajado me entendesse e se movesse conforme minha vontade. O fato é que em meio a tantas estocadas e golpes complexos, a cópia acabou cometendo um deslize, e foi quando, ao brandir a lança, consegui fazer um corte superficial no seu rosto, cortando alguns fios de cabelo dela no processo.

 O olhar dela foi tomado pela surpresa, pelo susto. Seu corpo todo retraiu-se em dor e ela tropeçou, uma fisgada de dor puxando seus nervos, desde o tornozelo até a panturrilha. Quando ela foi ao chão, de forma instintiva levando as mãos aos ferimentos, aproveitei para rendê-la, posicionando a lâmina contra o pescoço dela. Kelda encarou a cena de forma crítica e cautelosa, estalando os dedos para que sua cópia se retirasse.

 A lâmina da lança se recolheu e as penas moveram-se novamente, voltando o objeto para sua forma de cajado que então retraiu-se voltando para a forma de varinha, onde uma inscrição queimava. Notei as runas que brilhavam em azul-gelo e seu significado parecia claro como cristal em minha mente, Nightshade. Este era o nome da arma. Sorri em comemoração ao que acabara de fazer. Eu nem mesmo sabia que podia lutar dessa forma. A satisfação tomou conta de mim, de forma que nem percebi quando minhas forças se esvaíram e eu cai de joelhos no chão. Parecia que um caminhão havia me atropelado. Atribuí aquilo ao abuso da utilização da Nightshade, que praticamente lutou por mim.

 Meu coração ainda estava acelerado e meus músculos doíam intensamente, mesmo que a luta já tivesse passado há um bom tempo. Me encostei em uma das colunas do salão, respirando profunda e pausadamente enquanto aguardava a finalização das outras lutas. Kelda andava impacientemente pelo salão, pisando pesadamente no piso, que estalava devido ao salto alto dela.

 Depois que todos os combates se encerraram, os alunos que se feriram demais ou que não conseguiram cumprir o objetivo foram retirados por curandeiros, que com o auxílio dos guardas os levaram para o interior do castelo. Os alunos restantes, pouco mais que meia dúzia, juntaram-se no centro do salão. Alguns deles estava com roupas rasgadas e hematomas, outros com sinais de queimadura e cortes, mas alguns deles nem pareciam ter saído de uma batalha, seus cabelos perfeitamente penteados e a roupa nem mesmo amassada.

 Kelda deu continuidade ao seu discurso, como se nada tivesse acontecido. Ao finalizar, como de costume, ela pediu um resumo da aula, materializando os pergaminhos e as canetas. Ouvi muitos suspirando e outros reclamando, indignados. Ela apenas sentou-se, cruzando as pernas e olhando de forma pretenciosa, desafiadora, para seus pupilos, enquanto uma criada lentamente enchia sua xícara de chá.

 Minha mão tremia ao ponto que peguei a pena de escrever, me obrigando a fazer um esforço imenso para não borrar o pergaminho. E lá vou eu, mais uma redação. A última, espero eu. Lancei um olhar de desaprovação para Kelda, que descontente em nos testar ao limite, ainda pede algo por escrito, na porcaria da última aula! É, duvido que seja possível existir uma redação escrita com mais raiva do que essa.

Conteúdo do Pergaminho:

 Fechei o pergaminho, que sumiu no ar, aparecendo na mesa de Kelda. De alguma forma, eu sabia que tudo acabava ali. Eu finalmente terminei todas as aulas e estava satisfeito com tudo que aprendi e vivenciei. Agora tudo que restava era aguardar o veredicto final, saber se aquilo realmente era um adeus e eu me formara, ou apenas o começo de minha jornada. Me peguei olhando para o céu, apoiado novamente em uma das colunas do salão. Imaginei o que me esperava lá fora, pensei no motivo de ter recebido uma segunda chance e perguntei-me se algum dia eu descobriria os segredos que meu passado esconde. Tudo que sei é que não pararia de tentar, não desistiria tão cedo e, no mais tardar, finalmente compreenderia tudo que aconteceu até agora e porque.


Info


With: The students.
Where: Kelda's castle.
Wearing: Fighting clothes.
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