2ª Aula - Richie
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2ª Aula - Richie
Damn skies,
Um novo dia, uma nova aula. Deixei Valheim rumo ao castelo de Kelda, meu figurino saindo um pouco do usual, já que hoje precisei vestir algo mais adequado para a chuva, o que resumindo, significa apenas uma coisa: sem seda, muito couro. Saí mais cedo pois, diferente do dia anterior, hoje chovia incessantemente e era praticamente impossível se locomover em meio a tanta água, o que me atrasou um pouco, como previsto.
Por incrível que pareça, ao redor do castelo de Kelda não caía uma gota d’água, pelo contrário. O ambiente lá parecia remeter a uma estação do ano completamente diferente. Como se estivéssemos na primavera e não no outono. As folhas das árvores distribuídas desigualmente pelos cantos do castelo, em micro-jardins, floresciam em abundância, espalhando vida e beleza por onde quer que eu olhasse. O incrível é que ainda ontem, as mesmas árvores que agora estavam repletas de flores coloridas desabrochando, estavam praticamente despidas de suas folhas, que espalhavam-se pelos quatro ventos, secas e pálidas, sua coloração resumida a matizes de vermelho e amarelo, uma mera lembrança do verde que já ostentaram um dia.
Retirei minha capa preta, longa e no momento bem mais pesada que o normal, por estar ensopada. Ela possuía penas de corvo na altura do pescoço e era abotoada por um broche de prata, com a insígnia Nightraven, meu sobrenome “humano”, diferente de Huginn, o que adotei como sendo meu sobrenome Asgardiano, para lembrar-me do tempo em que servi a Odin, como Hugin, seu corvo, e manter viva a promessa de vingança que fiz séculos atrás.
Por baixo, eu vestia um colete preto na frente, com textura de penas, e cinza claro atrás, uma camisa de pano branca com babado curto na ponta e gola aberta. Quanto as botas, eram normais, como quaisquer outras, no mesmo tom de preto da calça de couro preta simples, que destacava a fivela do cinto, a qual era prateada. Repousei a capa, mesmo que molhada, no meu braço direito e subi novamente a escada, que parecia ainda maior e mais tortuosa hoje.
Mais uma vez nos reunimos no salão principal do castelo. Kelga aguardava à sua mesa e parecia um tanto avoada, perdida em suas ideias. Ela apoiava o rosto em sua mão esquerda, quando virou-se de forma extremamente teatral para fitar seus pupilos recém chegados. Como que quem não tivesse outra escolha, ela limpou a garganta e levantou-se, começando a discursar.
O mesmo processo da primeira aula repetiu-se, quando ela fez os papeis e as penas aparecerem a nossa frente, dessa vez, a letra parecia um tanto mais descuidada e o número de questões era significativamente maior. Parece que alguém estava de mau humor, o que explicaria o clima fora das dependências de seu castelo.
Não perdi tempo ponderando sobre o motivo de ela estar tão estranha hoje, apenas peguei a pena e comecei a escrever, deixando tudo e todos ao redor para trás e me concentrando apenas no barulho da ponta da pena contra o papel, enquanto eu desenhava curvas e curvas, lenta e cuidadosamente, formando palavras e então frases, organizando meus pensamentos e pondo-os no papel, tudo que eu ouvira e entendera da aula em letra cursiva e rebuscada, impecável.
- Conteúdo do pergaminho:
1 - O que é magia cinza?
A magia que tem por objetivo não só o estudo, mas o controle e manipulação da natureza, sobretudo das plantas, as quais possuem diversas propriedades especiais, algumas das quais temos conhecimento, outras que permanecem um segredo.
2 - Quais são os 4 elementos da magia cinza?
São os quatro elementos básicos da natureza, o ar, a água, o fogo e a terra, os quais possuem significados próprios neste ramo da magia.
O ar corresponde à sutilização, a água à putrefação, o fogo ao esfriamento e a terra, consequentemente, ao endurecimento. Estes elementos também correspondem a tipos de vibrações emanadas das plantas, a etérea, a úmida, a calórica e a fria, que correspondem respectivamente aos elementos ar, água, fogo e terra.
3 - O que é necessário para deixar a presença de Deus permanente e efetiva?
Para invocações mais complexas e a perpetuação da presença dessas entidades, é feito o sacrifício humano, que por suas propriedades, torna a ação mais duradoura, já que o sangue do homem possui ainda mais significado e propriedades que o sangue animal, por exemplo.
4 - Qual o elemento da magia vermelha?
Por sua estrutura sutil e composição de átomos “ultérrimos”, o sangue é o elemento da magia vermelha, já que além de todo o significado que o mesmo expressa, por ser literalmente como um depósito sagrado, é uma verdadeira ponte entre as forças orgânicas e astrais, o que contribui no fato de que ele sempre foi uma parte importantíssima nos atos mágicos. Tenho pra mim que a coloração dele está intimamente ligada ao fato de este tipo de magia ser intitulado desta forma.
5 - Qual o mais poderoso agente magnético do organismo?
O sangue, que carrega não só forças magnéticas e etéreas, mas pensantes. É amplamente utilizado em rituais, pois sua estrutura, ainda que sutil, é de grande importância extrema para sacrifícios em adoração a determinados deuses, sendo uma oferenda muito comum.
6 - O que o homem faz para se aproximar mais de Deus, com relação a magia vermelha?
Ele, em tese, sacrifica seu próprio deus para que aproxime-se o máximo possível do mesmo, para sentir-se unido, ou ainda para que ele mesmo se torne este Deus. Seja por meio de totens que o representam, ou através do sacrifício de alguém que o represente, geralmente alguém puro e que se destaque por suas qualidades, ou ainda, alguém que encarne este deus.
7 – O que é eterofila?
É, de forma resumida, a transformação do éter cósmico, presente nas plantas, onde a substância incolor é produzida junto à clorofila, através da absorção de raios. Enquanto a clorofila é a síntese dos raios solares, a eterofila é a síntese dos raios cósmicos.
Terminei de responder o questionário e percebi que a sala já começara a esvaziar, a pilha de pergaminhos na mesa dela crescia rapidamente. Ativei o encantamento do pergaminho, tocando-o com a ponta de pena, que envolveu-o e então ambos flutuaram na direção de Kelda. Estendi minha capa, que devido à demora desta vez, já estava um pouco mais seca. Vesti-a e caminhei pesadamente pelo salão, minhas botas fazendo um barulho irritante que percorria todo o recinto, me deixando sem graça.
Uma das moças mais novas, que participava da aula, riu ao perceber meu desconforto e acenou para mim, seus olhos brilhando em um tom púrpura em seguida. Por algum motivo, as botas pararam de fazer barulho e agora tudo que ecoava pelo lugar era minha vergonha por não ter pensado em um feitiço silenciador. Sorri de volta para a moça, que piscou como quem dissesse “Não há de quê”.
Mais duas aulas e eu receberia permissão para seguir em frente com os meus afazeres, quase agradeci pela aula ser tranquila e informativa, não fosse o tempo lá fora. Espero que o humor de Kelda melhore, não estou nem um pouco com vontade de tomar chuva todo dia.
With: Nobody. | Where: Castelo de Kelda. | Wearing: Raining clothes. |
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