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Aula 3 - Brian Valentine

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Mensagem por Baron Ter Jun 03, 2014 5:07 pm

Treasure



Suas feições encantavam a todos. Sua sinceridade angelical, seu sorriso arrebatador, seus olhos... Aquele que colocasse sua visão naqueles olhos verdes tão intensos e meigos se tornava incapaz de mentir. Era como se não pudesse controlar a si mesmo. Como se tudo de mais puro e belo em cada um fosse externalizado e exposto para que todos pudessem ver. Logo em seguida veio o acidente... e então...

Acordei repleto de dores. Poucos dias haviam se passado desde o "esconde-esconde" do professor Deadpool. Talvez ele não fosse tão idiota quanto eu pensei. O cara era um excelente caçador, do tipo que nunca desiste. Infelizmente eu me dei mal naquela prova. Acabei atingido e fui "morto". Fiquei sabendo, no dia seguinte, que eu havia sido um dos últimos a ser pego. Aquilo me deixou um pouco feliz, mas não muito, pois, ainda sim, eu havia sido pego.

Acordei devagar. Estava cansado. A verdade era que eu não queria me levantar, tinha vontade de ficar em meu quarto e passar o resto do dia ali dentro. Toda vez que eu sonhava com Jolee era a mesma coisa: eu ficava depressivo e introvertido.
"Isso tem que parar. Já está na hora de mudar esse quadro, Brian!!" - era o que eu pensava toda vez que sonhava com meu passado tenebroso. O problema é que era mais fácil pensar do que fazer.

Me levantei e fiquei sentado na cama, esfregando os olhos por alguns instantes. Olhei para a janela e percebi que estava chovendo.
"Que ótimo. Hoje a aula será na chuva. Meu dia melhora cada vez mais..." - o sarcasmo nem sempre foi meu ponto forte. Tomei um banho e fiz minha higiene bucal, peguei uma calça comprida, camisa de manga comprida e um tênis, tudo muito simples, assim como eu gostava de ser. Passados alguns minutos, ali estava eu, pronto para sair e começar mais um dia.

Sim, mais um dia na minha vida. Mais um dia caminhando, vivendo e morrendo pelo fio de uma faca. Eu juro que as vezes não sinto nada em meu interior, e as vezes desejava que tudo pudesse ter um fim rápido. Quantas mãos irei cumprimentar? Quantos sorrisos irei fingir? Quantos metros irei caminhar até que eu "quebre" e volte para recomeçar tudo de novo? Eu não sei dizer, e acho que nunca saberei. Essa não é a promessa que faço a mim mesmo todos os dias. Esse não sou eu...

Parece que estou caindo. Indo mais fundo a cada dia, ficando mais distante a cada momento e sentindo que talvez as coisas nunca irão mudar. Eu simplesmente engulo a dor que eu sinto. Provavelmente o farei para sempre. Bem vindo a um dia nesta minha porra de vida.

Fui até o refeitório para tomar café da manhã. Peguei algumas coisas bem gostosas para comer, especialmente panquecas. Talvez aquilo me animasse, afinal, eu adorava panquecas. Não demorou muito ela se sentou do meu lado. Clémence parecia irritada, assim como eu. Demorou um pouco para que o silêncio fosse quebrado e fui eu quem o fez.
- O que houve com você para estar calada? - eu tentei ser engraçado, mas acho que não fui feliz. Clémence me lançou um olhar bastante enraivecido e, provavelmente sem querer, magnetizou os talheres da nossa mesa.
- Por causa da guerra de comida eu fui obrigada a limpar o refeitório e a sala de treinamento, junto com mais alguns alunos. Eu estou morta de cansaço, meu cabelo está horrível e minhas unhas estão quebradas. Sem falar que estou de TPM... - ela nem prestou atenção no que estava fazendo. Clémence não apenas magnetizou nossos talheres, como nossa mesa a algumas mesas e talheres ao nosso redor. Isso me lembrou o quão incrível eram os poderes dela. Eletrocinese não era algo que você conseguia ver todo dia. Tudo bem que os poderes de Clémence estavam se desenvolvendo ainda, por isso ela só conseguia irradiar a eletricidade pelo seu corpo, mas, sem dúvida nenhuma, ela iria ficar mais poderosa do que já estava.
- Bom, eu falei que aquela guerra era algo idiota. Você não me ouviu... - disse enquanto comia com as mãos, pois meus talheres haviam grudado na mesa. Ela me lançou um único olhar, apenas um, então fiquei calado até a nossa refeição terminar. Clémence se acalmou e conseguimos usar nossos talheres novamente.

Quando terminamos o café da manhã, Clémence, ainda um pouco irritada, foi para sua primeira aula. Eu tinha que fazer o mesmo, porém, tinha que ir pegar meu cordão antes. Parei na frente do mural do instituto para ver onde seria a terceira aula de sobrevivência. Fiquei um pouco surpreso quando vi que seria na piscina, afinal, o professor Deadpool podia ser louco, mas ele sabia realizar aulas interessantes.
"Eu gostaria de saber como será essa aula" - pensava, enquanto subia as escadas que levavam aos quartos.

Não fiquei nem cinco minutos no meu quarto, pois estava atrasado. Peguei meu cordão na mesa e fui em direção as piscinas do instituto, no caminho encontrei com Myers.
- Brian, o que houve com a Clémence hoje? Eu fui falar com ela e ela quase me atacou - ele parecia tão impressionado com o acontecido quanto eu. Olhei para meu amigo, mas não parei de caminhar, pois não queria chegar atrasado, muito embora estivesse chovendo e a temperatura estivesse baixa.
- Ela disse que está irritada por causa da guerra de comida. Foi obrigada a limpar tudo. Eu avisei que era burrice enveredar naquilo - disse, já do lado de fora do instituto.

O frio inundou meu corpo, me fazendo tremer um pouco. Myers compreendeu e disse que tinha um compromisso importante, então se despediu de mim e foi atrás de seus afazeres. Cheguei em cima da hora para a aula de sobrevivência. Poucas pessoas agora ainda tentavam se formar naquela matéria, eu estava contando menos de dez.

Após as explicações do professor, fiquei um pouco apreensivo. Se ele estivesse falando a verdade sobre aquela aula, entrar na piscina era morte quase que certa. A quantidade de sujeira dentro dela era o suficiente para fazer uma pessoa desenvolver uma infecção séria.
"Se eu não passar nessa aula, não vou conseguir me formar. Eu preciso seguir em frente. Vou jogar com a sorte hoje" - pensei, enquanto olhava o professor perguntar sobre um objeto, que, posteriormente, jogou na piscina. Eu não consegui identificar o objeto, mas ele emitia um brilho prateado. Uma dor em meu coração me fez perder a respiração. Não era possível. Peguei o cordão em meu pescoço e o abri. As fotos de Jolee e meus pais não estavam ali. Ele era falso.

A dor cedeu lugar para a raiva. Eu queria muito matar o professor Deadpool. Mas, primeiro, precisaria pegar de volta meu cordão. Meu tesouro. Sem pensar duas vezes, tirei minha camisa e pulei na piscina completamente imunda. Tentei não abrir os olhos dentro D'Água, pois com certeza iria ganhar uma irritação fortíssima. Tentei chegar ao fundo da piscina, pois, a essa altura, meu cordão já devia ter batido lá. Coloquei minhas mãos no fundo da piscina, já quase sem ar. Tentei vasculhar ao meu redor, mas não consegui encontrar meu tesouro. Voltei a superfície e respirei fundo, recuperando o fôlego perdido. Todos me olhavam com apreensão, menos o professor, que parecia se divertir.
"Maldito. Eu vou matá-lo por isso. Não me esquecerei disso!!" - a raiva já se transformava em ódio. Já com o fôlego recuperado, tentei nadar um pouco para ver se conseguia pegar meu tesouro em outra parte da piscina. Pela distância que o professor o jogou não devia estar tão longe, contudo, o fato de não poder abrir os olhos dificultava infinitamente minha busca, mas também, minha visão não seria útil naquela água suja e contaminada.

Mergulhei novamente, fui até o fundo da piscina novamente Nada. Estava começando a me desesperar, pois o tempo estava passando. Senti algo tocar minha perna esquerda e se alongar até meu abdome. Não conseguia saber o que era, pois não tinha coragem suficiente para abrir os olhos. Era algo mole e, ao mesmo tempo, muito forte. Começou a se envolver por todo o meu corpo.

Lutei para me libertar. Meu ar começou a acabar. Logo iria desmaiar. Em uma tentativa desesperada de me libertar, aumentei meu tamanho corporal. Isso ajudou um pouco, pois consegui folga do aperto do monstro, então, ainda bem grande, me empurrei para cima, saindo da piscina e conseguindo visualizar o ser que me atacava. Era um polvo. Grande e hostil. Quando votei para a água, tentei destruir o molusco, porém, ele estava tentando me impedir de ser feliz em minhas ações. O pior aconteceu, pois outro polvo veio. Não tive opção, transmutando meu corpo em lava, fui capaz de queimar os tentáculos dos bichos e foi nesse momento que ganhei tiros de tinta nos olhos, apenas para dificultar ainda mais minha visão já deturpada. Os polvos me puxaram para baixo novamente, para as "profundezas". Já irritado com a situação, comecei a aquecer ainda mais. Agarrei os polvos e aqueci o máximo que pude. A água da piscina ferveu e os bichos acabaram por morrer. Eu estava livre.

Voltei a superfície para recuperar novamente o fôlego. Estava exausto. As aulas do professor Deadpool nunca eram fáceis. Voltei ao meu tamanho normal, apenas para ser atingido por um grande balde cheio de merda. Eu estava fedendo e tinha fezes até na minha boca. cuspi o máximo que pude. Com certeza iria pegar uma doença. Não desisti da minha busca, porém, me sentia fraco e foi olhando para minhas mãos que percebi bichos pretos, que se mexiam vagarosamente. Eram sanguessugas. Tentei arrancar o máximo delas que pude e então tentei novamente mergulhar.

Minha resistência já estava muito menor. Quase não conseguia mais ficar debaixo D'Água. Não iria conseguir pegar o cordão de Jolee. Eu já não aguentava mais, contudo, me forcei a uma última tentativa. Mergulhei no local mais provável da queda do meu tesouro e vasculhei o fundo. Fiquei ali por muito tempo. Meus pulmões gritavam poe oxigênio, mas eu me forçava a continuar. Foi nesse momento que senti algo frio tocando o dorso de minha mão. Era meu cordão. Eu o segurei firme, mas não tive como colocá-lo, pois cai inconsciente pouco após puxá-lo para perto de mim. A escuridão me dominou e eu me deixei levar por ela.
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