Aula 3º - Mike J. Tanner

por Mike J. Tanner Sáb Ago 23, 2014 9:42 pm

Tocando com os dedos da mão direita no vidro da janela, sentia o frio que penetrava aos poucos, ali estava a pensar. A noite passada meu corpo não reagira ao transpassar uma parede solida de vidro da estufa, ok, o resultado foi conclusivo, eu conseguir atravessar apenas por vibrar minhas moléculas no ritmo da minha velocidade, mas o problema surgiu em seguida, minha velocidade e meu corpo haviam reduzido drasticamente em resistências ocasionando um cansaço e tonturas. O que realmente aconteceu naquela noite? Afinal o tempo está sempre ao meu lado?

— Quais mistérios têm por trás do poder da velocidade? — me pergunto afastando da janela.

Volto para cama e olho para os diagnósticos da última consulta do médico de James (pai), indicavam que a “doença” alastrava até o coração e a cada dia o órgão ficava fraco surgindo um possível ataque cárdico. “Filho lembre-se, quando eu morrer, eu virarei uma estrela.” A voz e o momento na praia surgiam. Ali eu com apenas onze anos de idade sentando na areia fofa da paria ao lado de meu pai visualizamos as estrelas que encantavam o céu escuro. “Não fale besteira pai, se depende de mim não vou deixá-lo morrer” Digo olhando em seus olhos.

Rimos daquele momento.

Guardo os documentos e relatórios médicos na gaveta da escrivaninha e procuro pela corrente contendo o pingente folhado em ouro com meu nome. Mike. Fico preocupado, não encontrava em nenhum lugar, não poderia perde a única coisa que ligasse ao meu passo, não, não agora. — Mike, a terceira aula de sobrevivência vai começar, o professor que quer todos esteja lá agora. — a voz da garota adentrava a madeira da porta e ecoava em todo quarto.

— Ok. Estou indo.

Chego um pouco em cima da hora e antes mesmo de adentrar a parte externa da mansão, o cheiro já afetava meu olfato, a água negra da piscina assustava qualquer um, muitos já havia feito a prática e encontra deitado infectado por algo que contia naquele liquido. — Cheguei um pouco em cima da hora, o que ele disse antes? — pergunto para o labareda.

— Ele vai jogar algo preciso de cada um naquela piscina e temos que achá-lo. — apontou ele em direção da piscina estranhamente. — ele olhou para me. — Eu não gosto muito de água, imagine aquela negra, suja, infectada é a verdadeira morte.

—Não acredito que o professor Charles Xavier contratou alguém desse nível para lecionar nessa instituição.

— Próximo. — disse o Deadpool.

Meu corpo congelava. Balançado em sua mão, Deadpool estava com a minha corrente, algo preciso em minha vida, sem tempo a perde ele jogou na água. — Ops. Caiu. — Não pensei duas vezes, pulo naquela água suja e prendo minha respiração fechando meus olhos. “Droga isso não é justo, porque, porque ele têm que mexer com os sentimentos das pessoas” Penso indo ao fundo da piscina. Por não abrir os olhos, tateava a parte sólida do lugar no objetivo de encontrar a corrente. Volto para cima para respirar.

Algo atingia minha cabeça, não atrevi a abrir os olhos para não adentrar água suja neles. Passo a mão na nuca e cheiro, era algo de tinta, tenho certeza. Um fedido líquido derramava em minha cabeça. Fezes. O forte cheiro arrastava em meu corpo. “Estou perdendo tempo, tenho que procurar a corrente”. Mergulho novamente.

Tateei tudo que encontrava no fundo da piscina, mas nada encontrei, sem abrir os olhos era meio impossível encontrar algo. Volto para cima novamente. “Droga”. Sem ter tempo de normalizar a minha respiração, algo puxa minha perna levando meu corpo para baixo, tento me soltar, mas ao primeiro toque notava que eram tentáculos, meus braços foram presos e a seguir minha outra perna. O tempo de prender a respiração acaba e começo a engolir aquela água suja.

Aos poucos perdia a consciência.

“Esse é o fim? Serei o próximo Jimmy?” “Não, não posso desistir agora, tenho muitas coisas para descobrir. Não, agora não.”

Vibrando minhas moléculas, consigo atravessar os tentáculos que prendiam meus membros, e volto imediatamente para cima, consigo respira e abro os olhos enxergo tudo meio turvo, mas algo brilhante chamava a minha atenção no fundo. Os tentáculos dos polvos vinham em minha direção, batendo rapidamente as mãos na água consigo o impulso para trás fazendo-me esquivar do ataque. Fico tonto, mas dessa vez era as diversas sanguessugas em meu corpo. Mergulho e fecho os olhos, apenas desenho o local do brilho em minha cabeça e vou até lá.

Chego o local, e recebo uma descarga elétrica nos dois braços que alastrava em todo meu corpo. Sem força, tateio o chão e acho à corrente. Volto para cima e tento sair, mas uma das pernas é presa novamente pelo polvo, tento vibrar minhas moléculas, tentativa falha, eu receberei muitos danos e já encontrava em meu limite.

— Droga, eu estou sem força.

Envolvendo minha mão com a corrente, soco os tentáculos no intuito que ele soltasse, mesmo com a resistência que ele possuía o animal soltava, aproveito o momento e saiu da piscina.

– Mike...

— Mike...

Sem força até mesmo para ficar em pé caiu sobre o chão. Vozes dos estudantes e conhecidos ocupavam a minha mente após desfalecer.