3ª Aula Baron

Fuck the system

Estava eu em mais uma aula da academia dos Paragões. Deus, como eu odiava aquela merda toda. Fingir que eu era uma pessoa com problemas era, no mínimo, irritante. De certa forma, Charles estava certo quando disse que eu precisava de ajuda. Não posso ser hipócrita e dizer que o instituto não me ajudou a ser alguém melhor, contudo, o termo "melhor" pode ter múltiplas interpretações. Assim como as ações de uma pessoa.

Ali estava eu, aguardando os alunos chegarem na sala de perigo. Fui um dos primeiros a conseguir encontrar aquele lugar e tenho que admitir que não foi nada fácil, afinal, aquela escola era enorme. O professor chegou pouco tempo depois de mim. Aguardamos juntos pela chegada dos outros alunos. Nossos olhos fixos um no outro. No olhar de Charles eu via ternura e uma vontade ilimitada de ajudar o próximo. Nos meus olhos, talvez ele visse o poder, ou a sede insaciável por ele. "Apenas para tê-lo", como diziam as entidades.

Quando o horário da aula chegou, o professor X deu início a mesma, estando tdos os alunos ali ou não. Ele começou a falar sobre a gravidade. Sobre como ela era importante e seu poder sobre todos nós.

Obviamente, uma tarfea nos foi dada. Ela era relativamente simples. Tinhamos que pegar uma bandeira que estava escondida em algum lugar da sala. Só que, com toda certeza, nem tudo seriam rosas. Depois de deixar a gravidade zerada, alguns sentinelas se espalharam pela sala. Tudo indicava que aquela aula seria interessante. Eu estava confiante de que iria me dar muito bem.

No momento em que a gravidade cessou, começamos a flutuar na sala. Muito inteligente, eu abri o portão da babilônia e amarrei correntes as minhas pernas. Elas serviriam para me puxar na direção do chão, quando eu precisasse. Dessa forma, eu estaria seguro caso algo desse errado.

Iniciei então a tarefa de procurar pela bandeira. Muitos alunos estavam tendo dificuldades em se movimentar e até mesmo em usar seus poderes. O grupo de bullys que havia me incomodado no outro dia, estava bastante irritado, pois nada dava certo para eles. Tentei me concentrar e fui em direção aos cantos da sala. O local estava abarrotado de coisas perigosas, mas, também, de artefatos capazes de oferecer proteção e auxílio em momentos de dificuldade.

Estava difícil de achar a tal bandeira. Eu já havia checado dois cantos da sala e nada tinha encontrado. Uma das sentinelas percebeu meu plano e disparou contra as correntes que me seguravam, partido-as e me deixando completamente "solto no espaço". Secretei pelos poros de minha pele ouro, porém, o ouro se condensou em pequenas gotículas e subiu, ficando preso no teto. Minha manipulação não estava funcionando adequadamente, pois com a gravidade zerada, o metal se tornava extremamente leve. Com essa distração, acabei recebendo um disparo na altura do tórax, que só não me causou machucados graves, pois criei uma camada de diamante no local.

A situação não estava nada boa. Os alunos estavam sendo massacrados pelas sentinelas. Minha manipulação de metais preciosos estava muito instável. Eu mal conseguia controlá-los. Estava tudo indo de mal a pior. Um aluno veio na minha direção, atingido por um disparo de uma sentinela.
- Desculpa ai cara - disse o garoto - Acho que sozinho eu não consigo vencer essas sentinelas.

Doi nesse momento que me ocorreu uma ideia. Era algo que iria necessitar de todos os launos, porém, um bom número deles estava desacordado. Aquilo diminuia muito nossas chances de sucesso. Um sentinela veio na minha direção. Tudo que consegui fazer foi me defender dos disparos e atacá-lo com uma sequência de socos revestidos de rubi. O que eu gostava de chamar de "investida escarlate".

A sentinela ficou danificada, mas não a ponto de parar de funcionar. Um golpe dela na direção do meu rosto me fez ver estrelas por alguns longos minutos. O golpe me lançou para trás alguns poucos centímetros, afinal, não poderia me levar para muito longe devido a pouca gravidade. Tentei me recuperar o mais rápido que pude, pois percebi que a sentinela vinha na minha direção. Outro golpe, dessa vez na altura do abdomen, me atingiu, contudo, esse golpe eu consegui bloquear e diminuir os danos, se tornando um soco doloroso, mas, suportável.

Tentei mais uma vez a manipulação de meus metais preciosos e, novamente, o resultado não foi satisfatório. Me concentrei mais dessa vez, a ponto da minha cabeça doer. Graças a isso, obtive um controle melhor sob a prata e o ouro que liberei, mesclando-os para formar uma grande estaca, que lancei contra a sentinela que me atacou. A estaca perfurou o peito da sentinela, que voou para trás e começou a planar no ar, completamente desativada.

Comecei então a planejar com meus colegas de turma. Todos eles sabiam que para conseguir a bandeira, teríamos que trabalhar em equipe. Os mutantes que conseguiam usar manipulações, tentavam atrasar ao máximo as sentinelas. Eu me movi o mais rápido que pude, na busca pela bandeira. Defendia disparos das sentinelas sempre que percebia seus ataques. Todos haviam se empenhado no meu plano, até mesmo os bullys.

Foi nessa procura frenética que consegui encontrar a bandeira, escondida entre blocos de metal. Tentei descer para pegá-la. Estava um pouco mais acostumado com a gravidade zero então me mexia com mais facilidade. Dois mutantes foram abatidos pelas sentinelas e elas vieram na minha direção, prontas para me detonar.

Faltava pouco agora. Poucos centímetros. As sentinelas se omviam rápido. Mais do que eu. Dispararam contra mim e tudo que pude fazer foi me defender, porém, não fui rápido o bastante e o tiro me acertou em cheio no tórax, me lançando contra as placas de metal. Já não conseguia ficar acordado por muito tempo, pois tudo começou a ficar embassado. As sentinelas vinham temrinar o serviço. Precisava ser rápido. Antes de desmaiar, consegui pelo menos tocar na bandeira e segurá-la, mesmo que de leve. Dessa forma, a tarefa estava completa. Não sei o que aconteceu em seguida, pois acabei por ficar inconsciente.

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