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Aula 4- Lilith

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Mensagem por Lilith Evans Ter Jun 17, 2014 11:40 am

Era verdade? O mundo me enganava? Será que era uma pegadinha de um dos demônios no Inferno? Eles adoravam fazer isso. Mas fazer o que? Eu também fazia isso. Mas era isso. A possível última aula de lábia. O talvez último passo para chegar a minha graduação como vilã. O momento que eu mais prezava. Mas para isso, eu teria que passar por essa última aula com o professor mutante de Lábia que era tão demoníaco quanto eu. Sebastian Shaw, o gênio das mentiras. Eu só esperava que assim que eu terminasse as aulas, eu recebesse uma colação de grau com direito á sexo, drogas e rock n roll. Caso contrário, minha vingança seria maligna. Tinha que pensar positivamente. Eu tinha resolvido o problema da minha caneta. Voltei ao lugar onde o vendedor me vendera à caneta. Expliquei á ele que ela não funcionava e que eu tive que usar sangue no lugar de tinta. Ele não acreditou e então mostrei para ele meu braço furado. Ele se apavorou e me deu outra caneta. Agradeci-o e lhe desejei um bom dia. Surpresa. Sim, não matei o homem. Não me deu vontade. Mas enfim, agora, minha caneta funcionava, meu caderno ainda tinha paginas o suficiente para a última aula e as carteiras da sala de aulas de Lábia continuariam intactas.

Adentrei na sala com um vestido tomara-que-caia vermelho e com luvas e botas da mesma cor do vestido. Sorri para o professor e arrumei cabelo, lançando-o sobre meus ombros. Andei á passos rápidos até minha carteira ao lado de outras três destruídas das aulas anteriores. Ajeitei-me no lugar e abri meu caderno. Escrevi no topo de uma página: “Quarta (E TALVEZ ÚTLIMA) aula de Lábia dos Nefastos – Professor Sebastian Shaw”. A tinta azul da minha nova caneta entrava em conflito com a cor das letras da aula anterior. Agora eu escrevia com tinta azul e não com sangue. Assim que tudo estava no lugar, ergui minha cabeça e observei o professor, esperando ele dar início á sua aula.

Sebastian Shaw começou sua aula novamente apresentando aos seus alunos o mundo da lábia. A arte da: enganação, ou seja, enrolar os outros e fazê-los cair em seus truques através de sua lorota; falsidade, o fato de você ter que mentir para as pessoas, fingindo ser o que não é; a mentira, em si, a matéria daquela aula; e a teatralidade, fazer papéis para que as pessoas caiam em suas mentiras. Mais uma vez o professor diz que a mentira para um vilão é uma necessidade. Algo que pode salvar a sua vida ou arrasar a de outros. Se você tiver o controle da mentira e da verdade no campo, você terá o controle do jogo. Poderá brincar de “Deus”, usando as pessoas como peças que podem ser valiosas, mas também, podem ser substituídas ou sacrificadas quando você precisar. Mas isso só será certo se você souber enganar, bajular e ludibriar as pessoas. Logo, o mestre disse que passaria mais das suas dicas. Dicas para nos tornarmos bons enganadores. Eu só esperava para ver quantas mais dicas Sebastian podia ter depois das inúmeras ideias que ele passara á todos nós em suas três aulas anteriores.

Primeira dica: Seja firme. Essa primeira dica abrangia várias outras já citadas pelo professor. É claro, afinal, as dicas das primeiras aulas agora eram importantes, porem meio supérfluas. Afinal, elas até podiam te ajudar, mas é possível combiná-las em certas ordens e criar várias alternativas de lábia. Mostrar verdade na voz era essencial para essa dica. Evitar os “vazamentos corporais”, ou seja, reações de nervosismo, também eram cruciais. Quem acreditará em uma pessoa que treme como se estivesse com o dedo na tomada? Ou gaguejasse quando falasse. Ou ficasse com tique nos olhos ou em qualquer outra parte do corpo. Evidente que para ser bem sucedido na arte da mentira, era necessário ser bem sucedido em controlar seu próprio corpo.

Seja direto: resumindo, não banque o espertinho, ou pior, o idiota. Como já dito em outros princípios de Sebastian Shaw, ir direto ao assunto pode fazer com que a pessoa desconfie de você. Todavia, se o mentiroso começar a enrolar, mudar de assunto ou explicar demais algumas coisas, pode deixar a pessoa sem vontade de escutar a ladainha ou o próprio mentiroso poderá se perder em sua linha de raciocínio e então, perder o controle da mentira. E numa situação dessas, continuar tentando não adiantará, afinal, você já se enrolou e já causou sua impressão para o ouvinte. Fora que inventar muito vai fazer ficar mais difícil de se lembrar de todos os detalhes, o que pode atrapalhar os planos.

Juro que segurei a risada quando Shaw comentou sobre “amigos”. Imaginem só. Eu ligando de madrugada para minha melhor amiguinha humana, pedindo com todo o carinho para ela depor ao meu favor sobre um assunto determinado. Até parece. Infelizmente, para tais situações, eu não possuía álter ego e nem mantinha uma vida humana. Eu podia me fingir para enganar as pessoas, mas meu tempo era cem por cento reservados á maldades. Mas sim, cumplices eram boas vítimas. Opa, bons auxílios. Caso algo aconteça, eles serão seu apoio. A questão é em quem se apoiar. Às vezes, na verdade sempre, pedirão coisas em troca e você terá que ter certeza de que eles são confiáveis. Claro, mais pessoas apoiando sua mentira, torna ela mais real á quem escuta. Mas no caso de você ser um aspirante á vilão numa aula de lábia, duvido que tenha no futuro, vários amigos confiáveis. Portanto, acho que uma maneira muito viável é fazer aliados com mentiras, pois se eles acreditarem nela, lhe defenderão quando alguém não concordar ou questionar.

Pague pra ver? Enrolar a pessoa até ela se encher, esquecer ou perceber que está “errada” e cair na mentira pelo tempo. Um velho ditado diz: “o tempo passa”. Não é um ditado dos mais inteligentes, porque não fala nada mais do que o óbvio. Porem, se aplica nessa situação. Caso o tempo não resolva, de acordo com Shaw, seus “amiguinhos” tem que estar de prontidão para salvar a mentira por você, isso claro, como eu já havia chegado á conclusão, se tais pessoas já tiverem caído na mentira, caso contrário, nada funcionará. A dica sobre “treinar sua mentira” estava mais uma vez entre os tópicos que o senhor Shaw achava importante para a arte da lábia. Foi uma das regras mais revistas com ele durante todas as aulas, o que me leva á conclusão de que era uma das, se não A, mais importante. Treinar suas mentiras, como o mutante já havia enfatizado, prepara você mental e fisicamente. Ou seja, controlará seu pensamento, para não se enrolar em suas memórias, e não vai ficar tremendo ou gaguejando, o que alerta as pessoas de que o que você diz é uma mentira. Pensar no rosto ou na voz que você fará enquanto contar a mentira é crucial. Isso vem um pouco de teatralidade embutida, pois é necessário fingir sentimentos e gerar uma voz diferente, assim como os atores interpretando um personagem.

Seguir até o final. Com o treinamento da memória, também já visto em aulas anteriores, fará com que você se lembre de todos os detalhes. Se contradizer ou cometer erros, como criar eventos que qualquer um note que são surreais demais, denunciará sua mentira. Mas a dica final dessa regra de Shaw era uma boa dica. Assim como você, as outras pessoas também blefam. Afinal, não espera que todos sejam bondosos santinhos ingênuos, não é? E seria burrice de um mentiroso entregar a mentira até ter certeza que o outro sabe a verdade. Até mesmo nesse caso, se continuar afirmando que sua mentira é fatídica, ao tardar poderá ter provas que fiquem ao seu favor e a pessoa que duvidava de você torne a cair em sua mentira, achando mais ainda que seja uma verdade, pois para ela já está confirmado que você é uma pessoa “sincera”.

Shaw transformou sua teoria da “caixa de bombons’ em “teoria dos viciados em sexo via internet”. Mas no fundo, sua comparação era lógica. A mentira é mais fácil de ser engolida e menos simples de ser descoberta quando envolta de várias verdades. Pensemos em pessoas: porque é tão difícil encontrar suspeitos? Porque você não sabe quem é a maçã podre. Entre dez pessoas, só uma é culpada. Mas qual? E se eu culpar um inocente. É mais difícil de identificar. Denunciar a mentira tinha relação intima com a teatralidade, mas com um pouco mais de “cara de pau”. Afinal, é um mentiroso apontando o dedo para outro mentiroso, dizendo que mentir é errado. É o sujo falando do mal lavado. Mas mesmo que a pessoa seja certinha, honesta e justa, e duvide de você, ainda poderá apelar para o senso da pessoa e dizer que ela está sendo intrometida ou que ela não tem respeito por você, quem sabe até dizer que ela está com complexo de perseguição. Fazer a pessoa achar que está louca muitas vezes a afasta da mentira e melhor, a faz acreditar que está louca. Mais uma maneira de manipular mentes sem a telepatia. Quem precisa, Charles Xavier?

Quando achei que Sebastian Shaw passaria suas perguntas testes, ele prosseguiu com seu discurso dizendo que tinha mais tópicos para se ter atenção. Mesmo cansada e querendo o fim da aula, queria mais ainda que a preguiça, o livre arbítrio. Se bem que o livre arbítrio é dado por Deus á todos os humanos e não quero anda que venha dele. Mas no caso, estou passando por cima de meus ideais para evoluir: deixar a preguiça de lado para me tornar futuramente melhor e superior, de maneira que eu pudesse continuar com minha missão de espalhar o caos pela Terra. Meu chefe vermelhinho poderia até estar desapontado comigo, mas depois de eu ser torturada cruelmente no Inferno, eu provavelmente, seria perdoada, pois eu só queria evoluir em minha missão. Decidi transformar o ódio dentro de mim em vontade e perseverança para terminar a aula. Aí meu capeta, eu já estou soando como uma garotinha certinha.

Pois bem, ser manipulador era essencial para ser um bom mentiroso. Imagino. Controlar as pessoas só mentindo para elas deve ser algo fascinante. Mas como Shaw mencionara, escrúpulos devem ser ignorados. Qualquer pensamento ético e moral devem ser irrelevantes. Se algum mentiroso ficar pensando que “mentir é feio, maldade, que não é coisa de Deus”, vai ficar com a consciência pesada e poderá se entregar. Mas, sério. Que mentiroso pensa assim? Se isso acontece, a pessoa não é um mentiroso. Se for, é um péssimo. Ser um bom ator, de acordo com Shaw, também pode lhe ajudar a ser um bom mestre da lábia. Afinal, os atores podem esconder sentimentos e o principal: sabem esconder quando estão mentindo. Esse é o propósito da teatralidade na arte da lorota. Fazer você agir como se dissesse a verdade. Saber se expressar bem também era uma das dicas. Isso implica no gaguejar. Mesmo alguém que fala a verdade, ao gaguejar de nervosismo ou por se confundir, pode fazer com que as pessoas achem que ele está mentindo. Ou farpa só com que gozem da cara do gaguinho.

Se eu dependesse da minha aparência para ser boa em mentir, eu seria a rainha disso. Afinal, meu novo corpo demoníaco foi feito para aparentar uma mulher normal, porem esbanjando sexualidade. Pode até não me achar bonita, mas duvido que não me achem sensual. Mais uma amostra de como as pessoas são fúteis e possuem o mal dentro de si: elas preferem a aparência. Preconceito, racismo, filhos do Inferno. Já, ser espontâneo, é algo relativo. Espontâneo pode se tratar de pessoas que não são introspectivas, até mesmo aquelas pessoas que gostam de atenção e fazem coisas estranhas do meio do nada. Pessoas ridículas, á pessoas com problemas sociais. Mas era mais provável que Shaw se referia á ser capaz de se comunicar, sem hesitação e sem medo do outro. Confiança. Essa dica também era filha de dicas anteriores de Shaw, afinal, treinando muito, você adquiri a confiança e assim, pode mentir sem medo. Mas algumas pessoas conseguem ser confiantes de nascença. Ou pelo menos aparentam ser.

A sétima dica me fez revirar os olhos e repetir as palavras do professor baixinho. Já havia perdido a conta de quantas vezes Shaw havia dito que treino era importante. Será que era alguma indireta? Eu teria que treinar mais? Bem, não sei e não ligo, já treino minhas mentiras desde a primeira aula. Mascarar suas emoções era a ideia oito, ligada á ideia dois. Afinal, esconder sentimentos necessita de treino de teatralidade. Ser eloquente. Realmente, às vezes algumas pessoas caem em lorotas de outras pessoas só porque usam palavras difíceis e que elas não entendem direito. O indivíduo pensa: “nossa, quantas palavras difíceis, ele é inteligente, se é inteligente, sabe o que faz, vou confiar nele”. Agora, não se enrolar em sua própria história é crucial. Se você não deixar os fatos sólidos e concretos, eles podem parecer não verídicos á quem ouve. Se preparar com antecedência. Coisa que é difícil para muitas pessoas. Afinal, elas preferem deixar tudo para última hora. Fazer o que? Eu as entendo. É a preguiça. O pecado capital tomando decisões pelas pessoas.

Improvisar me fez lembrar alguns comediantes, mas a questão era: se souber sair pela tangente, poderá se sair bem, ainda sim. Faz parte de ser inteligente e de saber lidar com as situações caso saiam do controle. Voltar a controla-las. E deve-se pensar ligeiramente, pois hesitar causará o mesmo prejuízo do gaguejar. A pessoa poderá notar que você está mentindo. O conselho número treze era para assistentes de surdos. Ler gestos, de acordo com meu caro professor de Lábia, pode fazer com que você perceba se o indivíduo que você queira enganar está caindo em sua lorota ou não está acreditando. Afirmar situações impossíveis de se verificar também pode ajudar um mentiroso. Oras, são impossíveis de se verificar. Ou a pessoa terá que acreditar em você ou ela vai fazer uma longa procura pela verdade, a qual nunca encontrará. A décima quinta ideia era simples: ser simples. Falar menos, em certos momentos, pode lhe ajudar, ainda mais á longo prazo. Simples: o que é mais fácil de lembrar? Um pequeno livro ou uma saga com vários exemplares? Podem-se criar mentiras simples e boas. Não são antônimos. E como Shaw nos lembrou, nada de clichês. Qualquer um desconfia de “meu cachorro comeu meu dever de casa”.

A memória. Já citada pelo professor também, a memória á longo prazo e de todos os detalhes é uma característica de mestres da lábia. Afinal, como você vai mentir se não se lembra de sua mentira? Se o adversário tiver uma memória melhor que a sua, você estará na mão dele. Mas caso contrário, você lembrará de suas lorotas e poderá usá-las e reutilizá-las caso necessário. A criatividade também é um dos maiores “valores” de um mestre da lábia. Lógico. Se você não tiver planos prontos, crie um. Se não souber a fala, crie uma. Porem, creio eu que criatividade é algo que a pessoa já nasce com. Se for verdade, é impossível treinar a criatividade. Resumindo: ser um mestre da mentira é um dom. Por fim, o último ideal para ser um versátil mentiroso é agir como uma pessoa honesta. Coma teatralidade, pode-se fingir ser alguém de boa índole, mas para isso, um vilão terá que usar tal “máscara social” durante muito tempo, principalmente se tiver que se aproximar de alguém.

Após as dezoito ideias de Sebastian Shaw que definem o mentiroso perfeito, era hora das perguntas testes dissertativas. Se ao menos tivessem alternativas. Seria só marcar um “X” e pronto. Na verdade eu queimo a letra que eu acho à correta, porem, vocês entenderam. Vamos lá. Talvez minhas últimas perguntas das aulas de lábia de Sebastian Shaw.

Spoiler:

Após as dez perguntas, guardei minha caneta completamente funcional nas espirais do meu caderno do Ozzy e guardei-o em baixo do braço. Levantei-me e andei devagar até Sebastian Shaw. Estendi a mão para ele, em um cumprimento e agradeci pelas quatro aulas super teóricas, sem qualquer ação, porem que provavelmente me ajudarão muito futuramente, com inúmeras dicas sobre como ser um bom mentiroso. Quem sabe um dia eu e Sebastian não trabalhemos juntos? Dizem que seus poderes são sensacionais e com tamanho conhecimento, seríamos uma dupla imbatível. Então, após isso, sai da sala, feliz com o fim das quatro aulas e esperando ter conseguido passar em meu “curso” passageiro pelo Instituto S para aspirantes de vilões. Agora... E a colação de grau? Cade?

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