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Aula 3º - Lilith Evans

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Mensagem por Lilith Evans Seg Jun 09, 2014 2:47 pm

As aulas estavam fazendo bem a mim, um bem mal. Um bem que me fará mais má do que eu sou. A mentira pelo visto era parte de mim, pois estava indo bem nas aulas. E a cada aula que se passava, mais próxima estava eu de me formar e usar toda a mentira, lorota e lábia que eu tinha aprendido. Quem sabe, futuramente, eu e Shaw não fossemos aliados? Ele era um ser vivo do qual eu admirava. Um dos poucos, se não o único. Minha segunda aula havia sido bem sucedida, tanto quanto a primeira. Mérito por parte do professor, mas claro, as notas fui eu quem mereceu. E estava na hora de tentar mais uma vez. Estava com a pilha toda. Havia treinado em meu quarto, no dormitório feminino dos Nefastos, a lábia. Inclusive tentei controlar as glândulas sudoríparas, para saber se era possível ou se era lorota de Shaw. Não cheguei a descobrir, mas tinha muitas outras técnicas para aprender com o professor membro do Clube do Inferno. Que ótimo nome para um grupo. Qualquer coisa com “Inferno” me chama atenção.

Dessa vez eu estava preparada para a aula. Trajava uma blusa branca e uma saia da mesma cor curtíssima. Meus cabelos negros estavam soltos. Mas o principal: tinha em mãos uma caneta tinteiro e um caderno com o Ozzy Osborne de capa. Dizem que ele é o Coisa Ruim. Posso afirmar que isso é mentira. Meu mestre que é o Ozzy Osborne. Que humano em sã consciência faria tais insanidades? Resposta: nenhum humano. Meu chefinho sim. Mas a capa era legal, gostava do Ozzy e do Black Sabbath. Mas pelo menos, com tais materiais, eu não precisaria destruir uma quarta carteira da aula. Estava com receio de, apesar de estar indo bem nas aulas, ser advertida ou suspensa, talvez até expulsa. Como eu evoluiria se saísse do Instituto S? Fora que minha perna direita ainda estava toda arranhada, com algumas palavras ainda nitidamente escritas em minha pele. Eu teria que me dar ao trabalho de me cortar novamente para anotar as dicas? Fora criativo de minha parte. Estranho, porem, de certa maneira, foi bom. Mesmo assim, não pretendia ficar escrevendo textos na minha pele. Não sou um monge para ficar me castigando.

Ao chegar à sala, saudei o professor, fazendo uma reverencia. Depois disso, soltei minha caneta e deixei-a rolar para um canto. Virei-me e me curvei para pegar o objeto, ficando de costas para Sebastian. Minha saia subiu ligeiramente, quase mostrando mais do que o necessário e assim, apanhei a caneta e fui á pequenos saltos até um lugar na sala, alguma carteira que eu não tivesse destruído. Ao sentar-me, abri meu caderno e então comecei a escrever “Terceira aula de...”, mas a tinta não saia. Tentei novamente, mas a caneta falha não deixou nem um pingo de tinta escapar no papel. Bati a caneta, pisei nela e chacoalhei-a coma minha mão. Tentei escrever mais uma vez, porem ela não funcionava. Revirei os olhos e então transformei minha mão esquerda em uma garra. Desmontei a caneta toda e então vi que não tinha tinta. Ótimo, enganada por um vendedor mortal? Com uma das garras de minha mão demoníaca, pressionei a unha negra contra o meu pulso direito, fazendo-o perfurar um pouco a pele. Assim que parei de pressionar, uma linha fina de sangue escorreu pelo meu braço direito. Coloquei a perfuração no tubo da caneta tinteiro e deixei o sangue escorrer dentro dela. Depois, tampei-a, remontei-a e chacoalhei-a. Quando a ponta da caneta tocou o papel do caderno, saiu um pingo fraco e rubro. “Próxima tarefa”, escrevi, “assassinar um vendedor”.

Mal havia notado, mas Shaw começara a falar. Não perdi quase nada do que ele havia dito, mesmo assim tratei de prestar atenção em seu discurso. Afinal, eu tinha que ser perfeita naquelas aulas. Não podia me dar ao luxo de falhar e não concluir a escola e me tornar uma vilã. Sem contar que as aulas eram divertidas. Muita teoria, mas me deliciava com o modo que Shaw fala e via o mundo. Era como se a resolução de todas as formulas fossem a mentira. E isso é verdade, a verdade não é nada. Sebastian prosseguia, explicando que a mentira não era algo superficial na vida de vilões sérios. Para nós era um meio de sobrevivência e um tipo de necessidade. O mestre relembrou que a mentira que você conta deve ser acreditava por si mesmo, pois se você não acreditar, quem acreditará? Se mentir realmente fosse uma profissão, de acordo com o professor, acho que eu poderia pensar em desistir da vida de vilã e virar “mentirosa profissional” com direito á salário. A mentira, pelo que o professor dizia, era o equivalente aos códigos em jogos utilizados por adolescentes obcecados por tecnologia. Ou para as adolescentes, a maquiagem. Ambos lhe proporcionam uma facilidade de adquirir êxito em certos desafios. A parte de destruir quem você sempre odiou. Quando viva, eu não odiava os anjos ou qualquer tipo de bondade. Pelo contrário, eu era uma santinha... Sem contar o fato de ter transado com um rapaz antes do casamento. Ah, como as coisas mudaram. Atualmente, é normal. Antigamente, você era, literalmente, crucificada por isso. Enfim, mas se as mentiras me ajudassem a acabar com os seres celestiais, isso seria um presente divino. Divinamente infernal.

Sebastian Shaw pediu a atenção de seus alunos e eu, limpando o sangue que escorreu no meu braço em minha roupa, decidi atender á ordem do professor. Pela primeira vez em todas as aulas, comecei a escrever em um caderno (a tinta era meu próprio sangue, o que não facilitava á escrita, mas era mais convencional do que escrever nas carteiras... Talvez não, mas que a coerência vá para o Inferno). Novas regras. A primeira começava com uma simples dica: não tenha medo de mentir. Isso implicava em fatos passados citados pelo professor vilanesco. Se você tiver medo de mentir, seu corpo mostrará isso através de vários fatores: suor excessivo, falha na voz, pupilas dilatadas, tremeliques e entre outros. Portanto, era claro, para mentir, você não deve ter medo. E se tiver, deve saber controla-lo. Afinal, se você tem medo de sangue, você vai matar uma pessoa? Tudo bem, sim, é possível, mas você será desmascarado. Seu medo não deixará você controlar a situação e algo vai escapar de seu controle. Isso fará com que você seja descoberto e preso. A internet? É um meio inteligente de se usar para pesquisar, ficar atento ás atualidades e não caírem mentiras, mas a própria internet mente. Existem tantos sites falsos, vírus, ou qualquer coisa do gênero que foram criados para enganar as pessoas. A mentira nasceu junto com o homem, é parte dele e de tudo que ele cria.

Mas o que Shaw dizia era a pura verdade. Não existe medo de mentir. E sim de ser apanhado mentindo, ou seja, que descubram que você está mentindo e isso lhe cause prejuízos. É como o medo de altura. Ninguém tem medo de altura. O medo é de cair. A altura não te mata. Aqueda sim. A mentira não te mata, não se ela não for descoberta. A teoria da lábia de meu caro professor estava se tornando um tanto complexa, de modo que podia embaralhar a mente de alguns presentes. Mas claro, eu estava ciente do que ele fala e escrevia tudo para não esquecer. Treinar a mentira faria você ter menos medo de ser descoberto, afinal, já terá treinado e isso fará com que você tenha mais chances de sair triunfante. Claro, se você treinou direito. E como já dito pelo professor em aulas anteriores, convicção e verdade em suas palavras (de maneira normal, nada exagerado), ajudará muito em sua lorota.

O professor estava apostando suas teorias nos avanços tecnológicos naquela aula. Já era a segunda vez que ele comentava sobre a internet. De acordo com Shaw, a população está com menor capacidade de memória para guardar certos acontecimentos, principalmente se tais forem pequenos ou que a pessoa ache desnecessário de ser lembrado, achando que aquilo nada afetará sua vida. Então, usar dessa “memória recente”, ou melhor, o “esquecimento á longo prazo”, é uma maneira de manipular os eventos na cabeça da pessoa, podendo utilizar a memória de certo indivíduo contra ele, manipulando-o de diversas maneiras. Como eu já disse: quem precisa de telepatia quando se é um mestre da lábia? Manipular memórias é especialidade de mentirosos natos e dos membros femininos dos X-men.

Terceira regra da aula se tornou algo pessoal, de certa forma, para a minha pessoa. Afinal, sejamos justos, eu não existiria sem o cristianismo. Da mesma religião de onde vem o Céu, vem o Inferno. Meu mestre é só a ausência de Deus. Mas tinha que concordar. A manipulação das religiões eram tão grandes em certo ponto que às vezes eu me sentia desnecessária. Muitos humanos já estragam sua entrada para o Paraíso sem a minha ajuda ou causam mais danos ao bem do que eu. Mas compreendi em si o que Sebastian queria com tal regra. É como a política: estamos nos livrando do nosso livre arbítrio, colocando alguém que não confiamos e que às vezes sabemos que é um ladrão, em um nível superior ao nosso, dando poder á tal pessoa de controlar o país, o estado, a cidade e ditar leis sem o nosso consentimento. Ou seja, quão falho isso é? Muito. Como todos os humanos, seus pensamentos são falhos demais. Essas são a própria exposição do caos tentando encontrar uma ordem, sendo essa, caótica, ainda sim. Grandes mentiras como tais citadas por Shaw são dificílimas de serem implantadas, pois demoram anos para se consolidar e abranger pessoas o suficiente. Política e religião são exemplos. Ninguém gera uma religião do nada e de repente, milhares se não milhões de pessoas começam a seguir. E ninguém muda a política de um país do dia para a noite. Muito menos sozinho. As grandes mentiras são constituídas por mentiras menores. As grandes manipulações foram possíveis porque houve pequenas manipulações iniciais que deram o pontapé. Mas claro, que grande mentiroso não gostaria de criar uma grande mentira, como essas? Manipular massas tão entretidas pela mentira que acabam se tornando algo pessoal do ser e que os manipulados defenderão com suas vidas.

Ah, a quarta regra, assim como a anterior era o tipo que era feito para abalar estruturas de sistemas inteiros, sendo eles corruptos ou não. Afinal, história antiga: fazendo um paralelo nada divergente do que Shaw tentara usar de exemplo. Vamos supor... Uma suposição bem irreal. Supondo que o mundo, como ele existe, possua defeitos e que os regimes, sistemas e meios de manipulação tenham falhas. Hipoteticamente falando, sabe? E as falhas sejam tão grandes que a população começa a se preocupar com ela. A massa está, de certa forma, ciente de tal erro que pode afetar suas vidas de maneira significativa ou que lhes tire de seu ponto cômodo. A imprensa dirá que não tem com o que as pessoas se preocuparem, pois já existem obras que vão auxiliar e tampar tal problema. As pessoas, esperançosas por uma noticia boa, acreditam em tal lábia da imprensa. Na verdade, á questão por trás dos panos é outra. Alguns, alienados da própria situação, acreditaram que tudo está bem. Outros vão duvidar e vão continuar a insistir respostas. Como um Coringa nas mangas, de maneira extraoficial, a imprensa podem dizer á tais pessoas que “não contamos a verdade porque não queríamos causar pânico na população”. Nossa, como a imprensa é gentil, não? Tão fofa, quer o bem da humanidade e a paz mundial. Errado, caro trouxa. Isso é só uma desculpa também. Porque se a população entrar em pânico, vai tentar culpar alguém. As pessoas vão se virar para seu governo e exigiram respostas melhores. Ao não terem, vão se revoltar e isso dará uma imensa dor de cabeça para as pessoas que tanto prezam manipular a massa. E ainda por cima, como uma terceira mentira, os manipuladores podem sacrificar uma peça, colocando a culpa nela. Tal peça será tirada do jogo e isso trará uma paz á massa revoltada. Mas ainda sim, o problema existira. Em resumo, a manipulação é uma arte complexa e que é tão ampla, quanto seu usuário conseguir torna-la.

É tudo uma questão de perspectivas, de controle de alvo e de deslocar culpas. Talvez essa seja a formula da mentira? Duvido. Ela é muito mais complexa que isso. Esses meus pensamentos estavam começando a me dar dor de cabeça. Decidi voltar á me focar na aula que Sebastian Shaw dava. Já havia refletido demais. Ou talvez não. A quinta regra era cruel, implacável e simplesmente imparcial. Ela explica totalmente aquele momento onde duas pessoas estão abraçadas em uma situação mortal e impossível de se escapar com vida. Ambas, apavoradas, uma vai virar para a outra e dizer: “tudo vai acabar bem”. A mentira pode trazer, tanto a pessoa que mentiu, tanto quanto a que ouviu a mentira, uma paz interior e isso pode ajuda-los a lidar com o acontecimento catastrófico. Na realidade, nada, no caso citado, no final, dará bem. É o fim para as duas personagens, mas se aquela mentira contada lhes trás conforto, é melhor acreditar nela do que no fato inevitável que está por vir. A mentira se torna algo mais calmo, mais tranquilo, melhor do que a realidade. Nesse caso, a verdade é descartada, pois a mentira é mais confortável. É a vontade da mentira, a tão mal vista pela sociedade, se tornar a única verdade e que a verdade não seja mais nada além da mentira. Isso abrange a regra três. A esperança de que, após a morte, exista algo á mais e que seja melhor que a vida. Ou a crença de que tudo acontece porque é para o bem da própria pessoa. Mas convenhamos. A pessoa acha que a sua própria morte é para o seu próprio bem? Se ela acredita nisso, é uma mentira digna do pódio das lorotas melhores feitas. O psicológico funciona de maneira muito complexas, isso é um fato. Isso é um dos motivos de nessa nova existência eu ter rejeitado a psicologia própria.

A sexta e última regra abrangia um dos princípios de uma aula anterior dada por Sebastian Shaw. Uma mentira, se bem manipulada, como já cheguei á tal conclusão, pode ser mais bem vinda do que a verdade. Mas isso pode ser difícil, pois para a sociedade, a mentira é algo ruim e maligna. Portanto, juntar pequenas várias verdades em uma mentira pode torna-la mais fácil de ser aceita pelas pessoas. Vamos comer no McDonalds? Lá é delicioso. A comida parece boa, seu gosto é bom, tem variedades e olha, vem com um brinquedinho que você pode escolher. Eu quero a bonequinha rosa. Ah, não, espere aí. Eu me esqueci que o lanche gostoso que me da prazer em comer com meus amigos vai futuramente me causar câncer se não coisa pior. Ah, mas e daí, é bom e eu ganho uma boneca. Essa ideia é fantástica. Uma ótima lorota, muito usada por vendedores, pois por mais que os produtos tenham defeitos, você vai expor os lados bons e as qualidades dele. Ninguém vende um refrigerante dizendo: “tem um rato dentro”. Eles dizem: “é bom, deixa você agitado nas festas, e olha como as pessoas na propaganda que estão tomando estão sorrindo, felizes”.

E assim, terminaram as regras e passaríamos para a minha parte predileta da aula. Testes. Afinal de contas, nada melhor que ser posto á prova e sobre pressão do seu futuro de vilão. Naquele exato momento minha caneta parou de funcionar. Chacoalhei-a várias vezes até o sangue começar a sair da ponto da caneta novamente.


Spoiler:

Após responder as perguntas, fechei meu caderno e guardei minha caneta com sangue no lugar de tinta na espiral do meu caderno. Aquela aula havia sido a mais complexa de todas até aquele momento. Realmente me fez refletir muito e acreditava que com tamanho conhecimento das mentiras maiores, isso poderia um dia me ajudar a criar minha própria mentira grande. Afinal, qualquer mentiroso profissional quer criar A mentira. Manipular várias pessoas que acreditam no fundo de seus corações de que sua mentira é uma verdade. Levantei-me da mesa, com minha mão direita sobre o furo no meu pulso esquerdo e agradeci o professor pela aula. Saí da sala de aula de Lábia dos Nefastos, pronta para treinar um pouco mais de minha lábia. Aquela foi um grande passo, um grande passo que me aproximou do meu destino como vilã.

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