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Aula 2º - Morinth

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Mensagem por Morinth Ter Jun 03, 2014 5:19 pm

I don't wanna feel
your insignificant humans feelings

( . . . )
– Você está colocando errado. Olha, vou mostrar mais uma vez e você faz em seguida. – O rapaz novamente demonstrou à Rainha como amarrava-se um cadarço.

Havia muitas coisas naquele mundo que ela ainda não compreendia. Muitas coisas eram de fácil entendimento, outras lhe pareciam primitivas, e outras mais complexas que as armas dos Gnoris, e eles são conhecidos pela complexidade de seu armamento. Amarrar os sapatos não era uma grande dificuldade entre todas as dificuldades que passava naquela Terra, porém ainda enquadrava-se num ramo de coisas complicadas e inúteis. Talvez, por ela achar totalmente desnexo a existência de tais laços é que seu cérebro assimilava aqui como algo sem fundamentos futuros, logo ela não aprendia. Morinth sempre fora assim, descartava o que não lhe era necessário.

Com um murmúrio irritado ela estendeu os pés na direção do rapaz que a ajudava. Sua expressão era de incomodo, mas um incomodo quase ‘fofo’ no rosto delicado e perfeito que ela possuía. Seus olhos expressavam um pedido silencioso e seus lábios franziam-se num bico infantil. Ela cruzou os braços sobre o peito e encolheu os ombros enquanto equilibrava-se em apenas um dos pés. O outro riu da situação, mas sem dizer nada ele apenas amarrou os sapatos da Rainha. Internamente, Morinth esbanjava desprezo; externamente, ela emitia um sorriso agradecido. Não havia muito tempo na Terra, mas aprendera que eles davam muito valor à expressões e aparência; aquele lugar era um mundo fútil e ganancioso.

Ela riu para si mesma enquanto caminhava pelos corredores do instituto, imersa em lembranças que muitos considerariam desagradáveis. A Rainha não sabia ao certo qual era o problema daqueles corpos humanos, mas constantemente possuía sentimentos de perda e uma ligeira tristeza. Ela não gostava de “sentir”, o que só propiciava-a mais ódio por aquele lugar e aqueles humanos esquisitos. Odrazianos não deveriam ter sentimentos medíocres como aqueles que os terráqueos retinham dentro de si, mas ali estava ela afogada em devaneios que liberavam as piores emoções que a Rainha já sentira. Repudiou a si mesma por vários minutos apenas por possuir tal sentimentos aprisionados naquele corpo. Porque tão fraca?

Como se responde-se a sua indagação silenciosa sua mente levou-a para o dia em que perdera Snaga, seu colar que aumentava seus dons. Ela a perdera por causa de um mutante que ousou-a desafiar. Involuntariamente seus dedos tocaram o colar de dragão sobre seu pescoço sentindo o frio metal sobre a fina pele humana de seus falsos dedos. A culpa era dele.

– Mas para nós, vilões, mentir é mais do que necessidade básica. – A voz do inundou sua mente dissolvendo pensamentos raivosos que a circulavam.

Mas, quando chegara na sala de aula exatamente? Além de repleto de sentimentos insignificantes aquele corpo ainda distraía-se facilmente.

Os olhos claros daquela sua forma voltaram-se para o rosto do professor que falava sobre a importância da mentira, como usá-la e criá-la de maneira convincente. Morinth lembrava-se da aula anterior enquanto Sebastian passa esta, tentando associar ambas para usá-las de forma eficaz futuramente. Não que ela não soubesse fazer uso da lábia, porém aquele corpo não era confiável e como não conhecia a mente humana era algo bom estar presente naquele ambiente.

O que ele falava era verdade. Fazer com que o nosso inimigo torne-se nosso amigo, ou no mínimo influencia-lo à tal ponto que seus ideais e valores tornem-se iguais aos seus. Durante todos os seus anos de vida, Morinth soube sobre aquilo, descobrindo que era melhor manter os oponentes mais próximos de si do que afastados. Fora assim com os Krogans, bastou algumas palavras, sorrisos e por fim um aperto de mão selando a união entre seus mundos. Apesar de raças diferentes, Morinth notou que os preceitos da mentira e manipulação mostravam-se bem similares. Talvez, aquele ramo fosse algo universal.

Em seguida de seu discurso ele citou princípios e conceitos básicos para a utilização de tal recurso, dos quais os últimos muito chamaram a atenção da Rainha. Eram dicas de fácil entendimento e manuseio, pelo menos para aqueles que tinham um mínimo de habilidade para tal coisa. Mais uma vez ela percebeu como enganar e mentir era algo similar entre este mundo e os que já passara, era como se estivesse fixado no código genético de todos; uma ramificação universal.

Por fim, como na aula passada, Sebastian fez um questionário. E mais uma vez ela repudiou ter que responde-lo. Não lhe agradava a submissão, mesmo que ela fosse no sentido de aluno-professor, mas muitas coisas não lhe agradavam ali. Como aquele cheiro estranho que os humanos chamavam de perfume, aquilo era desnecessário ao ver dela, afinal cada ser já possuía seu cheiro então para quê reforça-o daquela maneira? E o pior é que aparentemente todos os vilões do recinto pareciam gostar de tal coisa. Suspirou tentando puxar o menos de ar possível quando inspirou em seguida, e então respondeu as perguntas à ti feitas.

1 – Cite características que podem acabar com sua mentira.
Existe várias características e motivos para uma mentira ser descoberta. Podem ser características próprias do contador, como hesitar durante o que é falada ou gaguejar, ou esmo não conseguir manter as expressões calmas e controladas; como podem ser características que surgem depois de determinadas ocasiões, seja esta por várias outras mentiras que você uma vez contara ou pela falta de coerência numa história que esteja inventando.

2 – Qual a parte mais difícil de mentir?
Talvez manter a história que você está contando, já que a cada tempo que passa novas coisas podem ser adicionadas no que você diz assim como você também pode esquecer das mesmas.

3 – Qual o princípio que diz que você só deve mentir quando realmente precisar?
Parcimônia, a qual diz que “menos é melhor”, ou seja, quanto menos mentiras você conta mais facilmente uma mentira dita será acreditada.

4 – Qual o princípio que diz que quanto mais real for sua mentira, mais fácil ela será de ser contada e engolida?
Believe in yourself. Como o próprio nome diz, é o princípio de acreditar em si mesmo; acreditar no que diz  e na  própria mentira contada.

5 - Qual a importância que as pessoas envolvidas em seu plano fiquem o mais próximo possível de você?
Quanto mais próximo as pessoas estão de você, mais fácil é de observá-las, de saber o que pensam, o que desejam, o que fazem. Assim, caso elas venham a fazer algo você já sabe quais serão suas ações e como poderá intervir nelas, isso evita falhas em planos futuros, ou mesmo a alteração deles.

6 – Por que às vezes é importante admitir que errou?
Porque uma vez que admite-se erro você demonstra vulnerabilidade e um lado mais humano à quem fala com, o que os faz pensar automaticamente que se você teve coragem o bastante para admitir algo de errado que fizera ou falara você; coragem o bastante de falar a verdade. Além do que é uma ótima brecha para perguntas em que o receptor poderia responder apenas com um “sim”, perguntas, por exemplo, – como o senhor mesmo disse –  “Por que eu mentiria agora se já admiti que errei outras vezes?”.

7 – Ao que se refere a teoria “caixa de bombons”?
Refere-se à teoria que diz que uma mentira deve estar envolta em verdades. O que significa que quando uma mentira for contada por você, antes e depois deve-se implantar pequenas ou grandes verdades no meio da conversação, assim a dúvida de que a mentira é realmente uma mentira será amenizada pelo seu ouvinte.

8 – E como fabricar bombons?
Dizendo algo verídico sobre o que for, pode ser algo relacionado ao tema retratado ou mesmo sobre você. Todos tem verdades para serem ditas, sejam elas quais forem, então o que deve-se fazer para criar esses “bombons” é contá-las. Afinal, quanto mais verdades embalam a mentira mais fácil é de seu receptor comer o “bombom”.

9 – Se mentir de improviso é muito arriscado, então o que é necessário fazer?
Treinar, obviamente. Contudo treinar e saber como atuar diante da situação é diferente de apenas treinar o que será dito e soar como um robô ao falar. Treine sobre o que irá falar, treine respostas de possíveis perguntas e situações, contudo não treine uma frase pré-definida e decorada, soa forçadamente e fica claro ao oponente que o que está dizendo é uma grande mentira.

10 – Qual o melhor jeito de fazer uma mentira ser aceita?
Para uma mentira ser aceita não basta só usar métodos como a “caixa de bombom”, por exemplo. Deve-se fazer uso de todos os métodos até agora nos ensinado, desde os gestos e olhares, à história inventada e a qual deve ser mantida. Uma mentira pode ser aceita usando apenas um dos métodos, mas para ser efetivamente acreditada e não contestada tudo deve-se usado como fundamento de base.


Terminado de responder as questões a Rainha levantou-se e diferente da última aula ela apenas saiu da sala, sem menção ao professor ou qualquer sorriso. Olhou seus pés por um momento notando que os cadarços estavam soltos novamente. Num ímpeto de revolta retirou-os deixando-os no caminho sem se importar se viria a atrapalhar qualquer um; suspirou irritada então rumou para seu quarto onde as coisas não a irritavam tanto ou as lembravam constantemente da ira que sentia. Novamente, ela levou os dedos ao colar, apertando com raiva o pingente enquanto sua expressão transmutava-se em puro ódio, inundando-a naquele mar furioso de sentimentos humanos. Ela iria matar aquele que a aprisiona-la na Terra.


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