Love Runs Out I'll be your light, your match, your burning sun I'll be the bright in black that's making you run And we'll feel alright, and we'll feel alright 'Cause we'll work it out, yeah we'll work it out I'll be doin' this, if you had a doubt Till the love runs out, till the love runs out I'll be your ghost, your game, your stadium I'll be your fifty-thousand clapping like one And I feel alright, and I feel alright 'Cause I worked it out, yeah I worked it out I'll be doin' this, if you had doubt Till the love runs out, till the love runs out I got my mind made up, man I can't let go I'm killing every second till it saves my soul I'll be running, I'll be running Till the love runs out, till the love runs out And we'll start a fire, and we'll shut it down Till the love runs out, till the love runs out There's a maniac out in front of me Got an angel on my shoulder, and Mestopholes But momma raised me good, momma raised me right Momma said "do what you want, say prayers at night" And I'm saying them, cause I'm so devout Till the love runs out, till the love runs out I got my mind made up, man I can't let go I'm killing every second till it saves my soul I'll be running, I'll be running Till the love runs out, till the love runs out And we'll start a fire, and we'll shut it down Till the love runs out, till the love runs out Ooh, we all want the same thing Ooh, we all run for something Run for God, for fate For love, for hate For gold, for rust For diamonds, and dust I'll be our light, your match, your burning sun I'll be the bright in black that's making you run I got my mind made up, man I can't let go I'm killing every second till it saves my soul I'll be running, I'll be running Till the love runs out, till the love runs out And we'll start a fire, and we'll shut it down Till the love runs out, till the love runs out I'll be your light, your match, your burning sun I'll be the bright in black that's making you run And we'll feel alright, and we'll feel alright 'Cause we'll work it out, yeah we'll work it out And we'll start a fire, and we'll shut it down Till the love runs out, till the love runs out Till the love runs out |
Third class,
Os dias se passavam e minha inquietude só aumentava. Algo estava me incomodando, e muito. Era um sentimento estranho, que parecia crescer dentro de mim, alimentado pela minha incerteza e devaneios. Aquilo ficava martelando na minha cabeça, me mantendo acordado durante as noites e eu sequer tinha ideia do que estava acontecendo. Já fazia uma semana desde a última aula de Conhecimentos Mágicos. Se eu tivesse algum conhecimento do meu passado, eu poderia comparar o que sabia e o que agora sei e ver se tive algum progresso. Pena que minha vida é um borrão. Os médicos Asgardianos disseram que eu tive um colapso nervoso ou algo do tipo, devido à natureza de meus poderes. Por algum motivo fui observado por semanas, antes de que me “reintroduzissem” na sociedade, como um viciado que cumpriu seu tempo na reabilitação. Basicamente, me matricularam nas aulas mágicas e me disseram que eu deveria entrar contato caso algo estranho acontecesse, o que obviamente eu não fiz. O sol despontava no céu, denunciando que já era meio dia. Caminhei pelas ruas agitadas do mercado de Asgard, uma maçã verde mordida na minha mão esquerda e meus pensamentos voando. Crianças corriam por toda parte, com suas espadas e escudos de madeira, fingindo ser personagens famosos dos poemas, como Thor ou Siegfried, encenando seus grandes feitos com tamanha paixão que pareciam realmente acreditar em toda aquela brincadeira, como se realmente estivessem derrotando gigantes e salvando os nove mundos. Quando vi uma das crianças a atacar insanamente as roupas que estavam estendidas em um varal qualquer, gritando juras de vingança à “criatura” que supostamente seria um dragão, lembrei da história de Níðhöggr, ou Nidhogg, como ele é conhecido. Veja, do meu ponto de vista, os dragões não são bestas irracionais e não há maldade em tudo que fazem. Tomando Nidhogg por exemplo, que supostamente rói as raízes da Yggdrasil e é um dos presságios do Ragnarök, o crepúsculo dos deuses, o apocalipse em si. E se, ao roer as raízes da árvore dos mundos, ele na verdade estivesse impedindo que ela cresça demasiadamente, o que poderia trazer desequilíbrio aos nove mundos? O que quero dizer é que, nem tudo é completamente bom ou mau em sua essência. Todos temos um pouco de ambos dentro de nós e às vezes, alguns maus são necessários para um bem maior. O pobre dragão pode ser apenas outra vítima do destino, fadado a ser tido como o vilão pela eternidade, quando suas ações são apenas incompreendidas. Ok, pulando meus devaneios e minhas ponderações sobre a vida, dei outra mordida na maçã, respirando fundo. A minha cabeça doía pra caramba e meu humor estava péssimo. Bloquear as vozes que eu ouvia não era nada fácil, por isso, quanto mais cheio o local onde eu estava, provavelmente mais ranzinza e hostil eu estaria. Finalmente cheguei ao pátio do castelo de Kelda, cujo topo estava cercado por nuvens carregadas de chuva. Parece que a excentricidade dela atingiu um outro patamar. Semana passada a despeito da chuva que castigava a todos nós, seu castelo estava impecável: nem mesmo uma gota d’água ousava tocar seu território. Hoje, a chuva ameaçava cair a qualquer momento, enquanto longe das dependências do castelo, o dia estava calmo e ensolarado, um dia normal de primavera. Terminei de comer a maçã, ou devo dizer, meu almoço? E subi a escadaria, emburrado. Alguns guardas me cumprimentaram e respondi apenas por educação, concentrado na subida exaustiva dos degraus até o topo do castelo. Cheguei antes de todos, mesmo antes de Kelda. Ver o salão vazio era um tanto estranho, já que geralmente ele está cheio de wannabe feiticeiros, com seus mantos elegantes e toda sua pose de superioridade, mas quem sou eu para chamá-los de frescos, não é? Aos poucos o salão enchia, Kelda discutia com alguns guardas, na porta para o salão, ao tempo que as pessoas iam entrando e alinhando-se, esperando que a aula fosse iniciada. Alternei o peso do meu corpo entre uma perna e outra, pela milésima vez. Já estava cansado de ficar plantado ali sem fazer nada. Graças aos deuses, ela decidiu iniciar a aula. Apoiou-se em sua mesa, olhando para o teto, pensativa. Oh céus, hoje ela estava inspirada. Quase não conseguia acompanhar enquanto ela praticamente cuspia as palavras, umas atrás das outras, sem parar. Acho que essa foi a aula mais extensa e cansativa de todas. Dessa vez ela leu as perguntas em voz alta e depois entregou os pergaminhos, caminhando pelo salão e observando o que os alunos escreviam, ocasionalmente distribuindo elogios e fazendo observações e críticas. - Conteúdo do pergaminho:
1 - Quando se pratica a magia rosa? Geralmente quando visa-se alcançar e reviver sensações específicas obrigatoriamente já vivenciadas pelo usuário. Ela trabalha com as forças sensoriais, tendo aplicação inclusive para gerar prazer. Sendo assim, alguns magos que tem por objetivo aflorar estas sensações, utilizando um tipo de magia sexual.
2 - Pela magia rosa, o que os mestres dessa magia atraem para si? Se usada da forma correta, e não para fins impróprios, a magia rosa atrai coisas boas para seus utilizadores, como atenção, simpatia e amor. Se utilizada para fins mesquinhos, em compensação, ela traz inconvenientes e uma infinidade perigos.
3 - Para que se usa a magia azul? Para entrar em contato com o pós vida, com aqueles que já não pertencem mais a este plano, sejam eles entes queridos, que partiram recentemente, ou mesmo espíritos ancestrais, que já estão no além por gerações. Esta magia é o que permite fazer contato com eles, é o que permite pedir que eles se manifestem.
4 - Quais são as 5 etapas indispensáveis da magia azul? Elas são, respectivamente:
Penitência: Preparar o corpo para poder entrar em contato com os espíritos, seja através do jejum ou alimentação específica, salvo exceções, dependendo da religião e do ritual específico. Corresponde ao elemento terra.
Purificação: É a limpeza externa e corresponde, obviamente, ao elemento água, já que é preciso banhar-se para livrar-se das impurezas mundanas. Eles também utilizam-se de perfumes e vestimentas de linho branco para simbolizar pureza.
Confirmação: Representada pelo elemento fogo, é uma reafirmação da vontade e do comprometimento do mago, que esteve se preparando para poder entrar em contato com o outro plano.
Vocalização: São os mantras, orações e tudo que for necessário ser dito oralmente, como um verdadeiro encantamento, para chamar as entidades. O elemento ar é quem representa esta etapa, onde as vibrações trabalharão ao favor do mago para que ele atinja seu objetivo.
Transformação: Nesta última etapa, finalmente, o mago atinge seu objetivo, unindo-se ao espírito invocado. Os espíritos e entidades são invisíveis, mas o mago pode comunicar-se com outras pessoas em seu nome.
5 - Qual etapa que se utiliza de mantras e orações? Na etapa da vocalização, a quarta etapa, representada pelo elemento ar e pela cor verde.
6 - Qual etapa em que deve-se fazer jejum e comer apenas certos tipos de alimento? Na etapa da purificação, ou seja, na primeira etapa, representada pelo elemento terra e pela cor preta. Nem sempre o jejum era realmente praticado, sendo substituído por representações externas.
7 - Qual a missão dos magos brancos? Eles têm a missão de prestar auxílio à humanidade, independentemente de qualquer que seja seu gênero, religião ou mesmo raça. Eles podem trabalhar de forma direta, ou através de outros seres, mas sempre em prol dos humanos.
É dito que eles sempre intervêm quando alguém está realmente necessitado, agindo após serem chamados pelos mesmos. Se a pessoa, mesmo que tendo sofrido por qualquer que seja a razão, canaliza este chamado com sentimento de vingança ou por motivos fúteis, os magos não atendem seus pedidos.
8 - Quais as 5 etapas da magia branca? São, respectivamente:
Chegar: Ouvir o chamado do necessitado e acudi-lo, vindo em seu auxílio.
Conquistar: Resume-se a entender a pessoa que lhe chamou, compreender suas necessidades e o motivo de você estar ali, bem como estabelecer um laço de confiança.
Amar: O mago branco deve amar para que possa completar sua missão. Ele precisa estar pronto para amar o próximo de forma pura e inocente, ou fracassará.
Sacrificar: Mesmo amando a pessoa que ele auxiliou, deve estar preparado para deixa-la, renunciando esse amor. É um ato de auto sacrifício que deve ser praticado uma vez que a assistência chegou ao seu fim.
Desaparecer: Deve-se cortar quaisquer laços com o beneficiado, que não saberá nem mesmo quem o ajudou, apenas tendo em mete que alguém esteve lá por ele quando precisou.
9 - Em que etapa o mago deve aprender a amar aos próximos? Na terceira etapa, Amar. O mago tem que ser capaz de amar àqueles que necessitam de sua ajuda, do contrário não estaria apto a ajudá-los.
10 - Qual a diferença de magia azul e magia branca? A magia azul trata do plano dos mortos, é sobre entrar em contato com os antepassados e os entes queridos, aqueles que já não pertencem mais ao plano dos vivos. A magia branca trata-se de uma magia voltada para ajudar o próximo, oferecer auxílio aos que necessitam, ser um verdadeiro anjo, alguém que espalha paz e ama ao próximo, sem esperar nada em retorno.
Kelda passou por mim e observou o pergaminho, parada ao meu lado enquanto eu escrevi. Ela pareceu cética no começo, mas sua expressão mudou para algo que quase parecia contentamento logo em seguida. Quando percebeu que eu estava encarando-a, virou as costas e sentou-se na grande poltrona no centro do salão, repousando as mãos sobre a mesa e aguardando a entrega dos pergaminhos, vários deles já voavam em sua direção, incluindo o meu. Ela continuou a falar com os outros alunos, provavelmente discutindo teorias ou coisas do gênero, mas eu não estava com cabeça para aquilo. Minha cabeça doía muito e quando um filete de sangue desceu pelo meu nariz, uma gota pingando sob meus dedos, percebi que era hora de me retirar. Limpei o sangue e me apressei a descer as escadas. Passei pela garota que eu vira na aula passada. Ela fez menção de iniciar uma conversa, mas eu apenas virei meu rosto e corri em direção à saída. Meu poder estava cada vez mais difícil de conter.
Info
With: The other students.
| Where: Kelda's castle.
| Wearing: Linen clothes.
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