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Aula 1º - Vitali Vincenzo

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Mensagem por Bira Dom Nov 16, 2014 5:44 pm






EU…

LOUCO?



Ah... um bom passatempo, ler qualquer coisa dentro de um avião. Era na verdade um jato, patrocinado por Shaw. Estávamos indo à Nova Iorque, onde fica o Instituto S. Eu e John concordamos que não seria má ideia participar de algo assim, até porque em Berlim as coisas não estavam tão interessantes, a ida ao Instituto proporcionou alguma animação para nós. John estava na poltrona ao lado, usando seus óculos vermelhos e redondos, como qualquer idiota faria mesmo sem sol. – Vitali, hoje eu preciso que você faça algo diferente. – Estávamos quase chegando em Nova Iorque. John exibia um intelecto fascinante, como sempre. Sua expressão não era de alguém preocupado, era de alguém ansioso. – Quero que finja ser um vilão hoje. Pelo menos isso deve conseguir fazer. – Continuei concentrado na leitura. O Santo Graal e a Linhagem Sagrada era uma tremenda leitura, despertava meus maiores interesses, a história. John não dizia coisas que não haviam passado em minha mente, nós somos um.

– Eu sei o que nós vamos fazer, faça apenas a sua parte. – Sorri de canto e dormi. Quando chegamos à Nova Iorque um táxi já nos esperava. Não demorou muito e já estávamos frente à Academia. Um lugar grande, penso eu, ou talvez seja a minha imaginação. Caminhamos devagar, observando tudo que se passava. Apenas uma jeans e um par de adidas faziam companhia ao meu corpo, idem à John. Um ser qualquer guiou-nos até a sala onde seriam iniciadas as aulas. Shaw estava sentado em sua cadeira de professor, esperando-me. Analisei a sala criticamente, era nada demais. Mediana, algumas cadeiras confortáveis e uma mesa para o professor. Sentei-me em qualquer cadeira e encarei Shaw. Minhas sobrancelhas se juntaram e meu rosto ficou confuso, me aproximei de Shaw e sibilei. – Papai? – Estava com uma expressão de emoção, talvez aquela tenha sido um grande engano, meu pai não era professor. Recompus-me e cruzei os braços. – Você é bom em mentir, quase acreditei que você era meu pai. E sequer fez alguma coisa. Além de parecer que não gostaria de estar aqui. – Sorri e dei um tapa nas costas de Shaw. – Foi mal, professor. O carinha do táxi não quis parar pra eu comprar uma maçã. Vai ter que dar a aula com fome. –

Shaw, no mínimo, me desprezava. Me acomodei em uma cadeira à frente do meu novo instrutor. Quase havia me esquecido de John. O louco estava encarando um espelho quadrado que eu não havia percebido dentro daquela sala. Já estava com um cigarro na boca. Às vezes me impressiono com a rapidez em que as coisas acontecem, é como estar no piloto automático. Então a aula começou. Shaw começou explicando o princípio básico da lábia, a arte do convencimento. Minha atenção não estava na sala, eu estava perdido nos pensamentos. Imaginava quando eu colocaria o Red Malboro para funcionar. Preciso de insanos na minha coleção, só então vou ter um clube satanicamente destruidor. Quando Shaw terminou as explicações foi que voltei à realidade. Tínhamos que responder um questionário. Analisei as questões e pensei um pouco. Aquilo tudo era besteira, não sabia que merda eu estava fazendo ali. John pensa ser algo bom para nós, então que seja. Peguei o questionário e uma caneta.

1 – Você deve iniciar uma conversa para convencer alguém independente de qualquer situação?

Não, a conversa é a base para o convencimento, sem diálogo não há controle, mas não podemos ser precipitados.Antes de qualquer coisa, uma análise do alvo não cai mal, ter algo em que se basear, saber se o ser está disposto à ouvir suas palavras. Suas emoções, vontades, objetivos, humores, qualquer sentimento momentâneo contribui para uma boa estrutura em seu discurso de convencimento. Utilizando todos esses elementos é possível iniciar um diálogo, se for necessário.

Então relaxei, levantei da cadeira e deitei ao chão. Observei o teto e imaginei a mulher ideal dos anos 70. John sentou-se à cadeira e tomou conta da caneta. Seu rosto era sagaz, esperava que seu intelecto não atrapalhasse as minhas respostas, já que seu pensamento é diferente do meu. Ele é louco, eu também, isso não nos faz iguais... ou faz?

2 – Ao gaguejar durante uma conversa o que significa isso para quem está ouvindo?

Significa que o ouvinte está sendo enganado por um estúpido sem habilidades labiais e com falta de confiança em suas próprias palavras. Ao gaguejar, vai estar demonstrando que está nervoso, que não está falando a verdade como ela é, levando ao ouvinte desacreditar em todas as suas palavras. Gaguejar também pode significar que o falante está perdendo a força de argumentação, não sabendo aproveitar os contra argumentos oferecidos pelo ouvinte, a conversa acabou para o falante.

John terminou a escrita e jogou a caneta em cima de mim. Meus pensamentos estavam maravilhosamente insanos... e aquele desgraçado me acordou. Soltei um bocejo e tomei o lugar de John. Peguei a caneta e analisei a próxima pergunta. Olhei para Shaw, ele estava com uma expressão paciente, mas eu não saberia dizer o que se passava na mente daquele homem, talvez estivesse pensando coisas malignas, como qualquer vilão cliché faz, não sei qual é o caso de Shaw.

3 – Não permita que a pessoa lhe contra argumente. Essa afirmação é verdadeira ou falsa? Explique o por quê.

Totalmente falsa, quem foi que elaborou este teste? Um contra argumento é essencial para a estruturação de uma nova ideia para voltar ao jogo. O contra argumento lhe dá tempo para analisar suas propostas e as afirmações do ouvinte, assim como sua situação na conversa. Use-o para observar o humor do ouvinte, se ele está interessado ou não, quando um contra argumento entra em ação, é sinal de que ele está acreditando em suas palavras.

Já estava ficando cansado de escrever toda aquela baboseira. Queria terminar logo aquilo e sair em busca de algum bordel. Estava começando a sentir vontade de falar, escrever não era a minha praia, mas eu já escrevi tudo aquilo... a preguiça ganhou o argumento. Pelo menos eu estava fumando e me encarando ao espelho. Significou a vez de John.

4 – Façam um discurso em 15 linhas me convencendo de que merecem tirar nota máxima nesse exercício.

Um aprendizado é sempre bem sucedido quando o aluno consegue realizar alguma coisa na prática. A teoria nada mais é que uma introdução sobre o que ele poderia fazer, não o que ele pode. Portanto, um exercício como esse, mesmo tendo algum fruto em meus conhecimentos, não pode ser considerado trabalho concluído. Então eu vou lhe dizer o porque de eu não merecer tirar nota máxima nesse exercício. Desde que eu entrei na sala, sequer olhei para o rosto do professor, ignorando totalmente sua presença, no entanto, estava prestando atenção em suas palavras. O estudo de expressões corporais são essenciais na arte do convencimento, e essas informações foram ignoradas por mim.

Estou acostumado com aulas teóricas e afirmo que nenhuma me ajudou tanto quanto essa, no entanto, não é possível medir meu desempenho pelo simples fato de escrever algumas palavras. Acreditar em si mesmo pode prover uma grande capacidade de convencimento sobre o ouvinte, maestria nas palavras e saber o que está dizendo. A sinceridade pode não cair bem em algumas situações, como esta. O simples fato de eu estar demonstrando certo desinteresse na parte teórica já poderia ser o suficiente para tirar a paciência do ouvinte, matando todos os meus argumentos até agora já produzidos.

De qualquer forma, existem certas coisas que usufruí muito bem de sua aula. Acredito que algumas informações possam me levar à prática e então saberei o meu desempenho. Não me decepciono com a minha capacidade de adaptação e aprendizado, consigo absorver muito bem o conteúdo e transformá-lo na prática, mas acredito que o inverso seria extremamente mais eficiente. Agora, se me permite, vou concluir lhe informando que o desempenho de um aluno ruim cresce com uma má nota, e a de um bom decai com uma má nota, esteja ciente de que tipo de aluno eu sou e faça a melhor escolha possível.


John entregou o papel para Shaw e veio ao meu encontro. Saímos da sala sem mais cerimônias. – Brilhante estúpida resposta. Se ele não aceitar essa merda a gente vai ter que voltar pra Berlim, e lá não há o que fazer. – Abri um sorriso largo.


SIM! EU SOU MUITO LOUCO!


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